Vimos, no artigo próximo passado, que a lei cerimonial era baseada em cerimônias, escrita por Moisés num livro (rolo) e colocada ao lado da arca (Deut. 31:24-26), no santuário, enquanto a moral foi escrita por Deus em duas pedras (Êxo. 24:12; 31:18) e colocadas dentro da mesma arca (Êxo. 40:20).
A primeira foi dada por causa do pecado, devido à transgressão da lei moral. (Gal. 3:19) A cerimonial foi dada depois do pecado e abolida quando Cristo morreu na cruz (Col. 2:14), enquanto a moral é eterna (Sal. 111:7-8).
A lei de Deus, com seus dez mandamentos, é uma orientação para uma vida moral. Como um despertador acusa os pecadores e desperta-os para a necessidade de Jesus Cristo que os justifique, pois ela mesma a ninguém justifica. (Rom. 3:20; 8:3)
O pecador, isto é o transgressor da lei moral, está condenado à morte e exterminação no fogo, faça o que fizer, nada poderá salvá-lo dessa punição, ainda que diligente e perfeitamente guarde a lei.
Seus pecados anteriores o condenarão. Só Jesus pode, com Sua vida impoluta e Sua morte sacrifical, justificar e redimir o transgressor de Sua lei.
“Eu sou a verdade, o caminho e a vida, ninguém vai ao Pai senão por Mim”. (João 14:6) “Em nenhum outro há salvação, como também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos”. (Atos 4:12) “Quem nos condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes, quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também por nós intercede.” (Rom. 8:34)
A triste notícia é que todos nós pecamos e estamos condenados (Rom. 3:23) e o salário do pecado é a morte, mas a boa notícia é que o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rom. 6:23)
Paulo comentou a profecia do Salmo 40:6-8: “A lei, sombra dos bens futuros (Cristo), pelos seus sacrifícios contínuos, anuais, não podem aperfeiçoar os que prestam cultos; é impossível que sangue de touros e bodes tire os pecados”.
“Não Te deleitaste em holocaustos e oblações, aqui (Eu, Jesus Cristo) estou para fazer a Tua vontade. Tira o primeiro para estabelecer o segundo”. E acresceu: “… temos sido santificados pela oferta do corpo de Cristo feita uma vez por todas” (na cruz do Calvário). (Heb. 10:1-10)
“Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a Seu tempo pelos ímpios. Dificilmente morrerá alguém por um justo… Mas Deus prova o Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo Seu sangue, seremos por Ele salvos da ira”. “Pois se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais estando já reconciliados, seremos salvos na Sua vinda”. (Rom. 5:6-10)
Este é um fato comprovado histórica e arqueologicamente, não é mito, contudo, essa segurança só se consegue por meio da fé, isto é, da confiança nas promessas da Palavra de Deus.
“Nestas coisas, é impossível que Deus minta, tenhamos forte consolação, nós, os que lançamos mão da promessa proposta por Deus”. (Heb. 6:18)
Sim e sim. A salvação é unicamente pela fé na graça de Jesus por Seu sangue. Ele salva o pecador que crê, das suas transgressões da lei.
Porém a fé não anula a obrigatoriedade da guarda da lei. (Rom. 3:31) Desde que tenham conhecimento, só os que guardarem a lei serão justificados (Rom. 2:13).
Isto porque sempre será pecado violar qualquer mandamento: falar o nome de Deus em vão, matar, transgredir o sábado, roubar, adulterar… (Tiago 2:7-11) E o pecador não entra no céu. (1 Cor. 6:9)
O sábado é um mandamento, peça integral da lei moral, o quarto dos dez. O transgressor de um é culpado pela quebra de todos (Tiago 2:10), pois a lei é una.
Os sábados cerimoniais, ou seja, os dias santos anuais eram sábados distintos do sábado da lei moral, pois este é um dia semanal enquanto aqueles eram dias fixos anuais de festas, tipos do Cristo, que viria, como antítipo, e cumpriria cada uma das etapas, representadas pelas festas e holocaustos feitos anualmente.
As festas e sacrifícios anuais lembravam o futuro quando o Cordeiro de Deus morreria na cruz para justificação de Seus filhos, enquanto o sábado semanal da lei de Deus lembra o passado, a criação do mundo.
Portanto, se a lei moral é eterna, o sábado também o é, e assim como é pecado matar, também o é transgredi-lo.
Cristo guardou a lei e consequentemente o sábado (Êxo. 20:11; Luc. 4:16, 31). Maria, Sua mãe, Maria Magdalena e outras guardaram o sábado. (Luc. 23:54-56 e 24:1). Paulo também o observou. (Atos 13:14,42; 16:13; 17:1-2…)
Seria incoerente Deus, o Espírito Santo e Jesus, ao criar o mundo, guardar (Gen. 2:1-3) e ordenar a guarda do dia do sábado “ad aeternum” (Sal. 111:7-8), só por um tempo.
