01/12/2017
A importância do treino no futebol
ARTIGO | O mantra de que com dez mil horas de prática (estabelecido pelo escritor Malcolm Gladwell) podemos ficar excelentes em qualquer atividade está caindo. A prática pela prática não resolve. O combustível é a prátia com excelência, com correção, com estímulos novos e positivos. Isso sim nos leva a excelência. Se você praticar mal uma atividades por cem mil horas, por exemplo, jamais terá uma performance diferenciada.
Trazendo para o futebol fica evidente que neste processo de aprendizagem constante e melhorada a figura do treinador e de toda a sua comissão técnica é fundamental. O treinar por treinar já não resolve mais os problemas. Os coletivos de 11 contra 11 não fazem os jogadores terem estímulos novos. Pior ainda, treinos analíticos, fragmentados e distantes da realidade do jogo em nada contribuirão para a melhora da performance. De que adianta treinar chute a gol, por exemplo, sem a pressão do adversário, sem uma possível imperfeição do passe e até mesmo sem a possibilidade de ao invés do chute a melhor opção ser uma assistência? Jogos reduzidos e com regras adaptadas sim, podem estimular tomadas de decisão rápidas e inteligentes. Não apenas isso, mas o que se mostra cada vez mais eficaz é o treinamento sistêmico em que o físico, técnico, tático e emocional são trabalhados juntos, como é o caos imprevisível que é uma partida de futebol.
Acabou o tempo que o treinador “entregava os coletes” e as individualidades resolviam. O jogo cada vez mais coletivo de hoje exige um profissional que sabia criar hábitos e comportamentos nos jogadores que reproduzam um conceito e um senso maior de equipe e de jogar ideal. Só o treino para melhorar o jogo. E só o jogo para mostrar o que deve ser treinado.