Pe. Antônio Carlos D’Elboux, pároco da Paróquia Imaculado Coração de Maria, em Rio Claro
Papa Francisco em sua encíclica Fratelli Tutti afirma que para “nos encontrarmos e ajudarmos mutuamente, precisamos dialogar.
Não é necessário dizer para que serve o diálogo; é suficiente pensar como seria o mundo sem o diálogo paciente de tantas pessoas generosas, que mantiveram unidas famílias e comunidades.
O diálogo perseverante e corajoso não é noticiado como as desavenças e os conflitos; contudo, de forma discreta, mas além do que podemos notar, ajuda o mundo a viver melhor” (n° 198). Diálogo abre portas para todas as categorias de pessoas.
A encíclica esclarece que um país cresce quando dialogam de modo construtivo suas diversas riquezas culturais: a cultura popular, a cultura universitária, a cultura juvenil, a cultura artística e tecnológica, a cultura econômica e familiar, e a cultura dos meios de comunicação” (n° 199).
O Papa continua: “Muitas vezes confunde-se o diálogo com algo muito diferente: uma troca de opiniões exaltadas nas redes sociais, muitas vezes causada por uma informação da mídia nem sempre confiável.
Não passam de monólogos que avançam em paralelo, talvez chamando a atenção dos outros pelo tom agressivo” (n° 200).
O Papa argentino alerta que a “massiva difusão de fatos e reivindicações nas mídias de comunicação, na realidade, acaba muitas vezes por obstruir as possibilidades do diálogo, pois permite a cada um manter intactas e imutáveis as próprias ideias, interesses e opções, justificando-se com os erros alheios.
Predomina o costume de difamar rapidamente o adversário, com adjetivos humilhantes, em vez de promover um diálogo aberto e respeitoso, no qual se procure alcançar uma síntese capaz de ir além. O pior é que essa linguagem […] generalizou-se de tal maneira que é usada diariamente por todos” (n° 201).
O Papa é enfático em dizer que a “ausência de diálogo significa que ninguém, nos diferentes setores, está preocupado com o bem comum, mas sim em obter as vantagens que o poder proporciona ou, na melhor das hipóteses, em impor seu próprio modo de pensar.
Assim, o diálogo será reduzido a meras negociações visando a obtenção de poder e de maiores vantagens possíveis, sem uma busca conjunta capaz de gerar o bem comum” (n° 202).
“O diálogo social autêntico inclui a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro, admitindo a possibilidade de que nele contenha convicções ou interesses legítimos” (n° 203).
A encíclica defende o debate público, pois o “debate público, se verdadeiramente der espaço a todos e não manipular nem ocultar informações, é um estímulo constante que permite alcancar de forma mais adequada a verdade ou, pelo menos, exprimi-la melhor. Impede que os vários setores se instalem, cômodos e autossuficientes, na sua maneira de ver as coisas e nos seus interesses limitados.
Pensemos que as diferenças são criativas, criam tensão e, na resolução de uma tensão, está o progresso da humanidade’, citação do Papa extraída do filme sobre ele de Wim Wenders” (n° 203).
Papa Francisco diz que em “uma sociedade pluralista, o diálogo é o caminho mais adequado para reconhecer o que sempre deve ser afirmado e respeitado e que vai além do consenso ocasional.
Falamos de um diálogo que precisa ser enriquecido e esclarecido por razões, argumentos racionais, perspectivas variadas, contribuições de diversos conhecimentos e pontos de vista […]. Aceitar que há alguns valores permanentes, embora nem sempre seja fácil reconhecê-los, confere solidez e estabilidade a uma ética social” (n° 211). As verdades fundamentais devem sempre ser assumidas e defendidas.
Igreja em notícia
CARTA PASTORAL – Em preparação ao jubileu de 80 anos da Diocese de Piracicaba, que será comemorado em 2024, e por ocasião do Ano Missionário Diocesano de 2023, o bispo Dom Devair Araújo da Fonseca publicou na última semana sua segunda Carta Pastoral para os fiéis diocesanos.
O documento está disponível nos sites www.diocesedepiracicaba.org.br e www.emfoco.org.br.
Teologia I – O Curso de Teologia da Diocese de Piracicaba está com inscrições abertas para o ano letivo de 2023.
Os interessados podem fazer a inscrição até 25 de fevereiro em qualquer paróquia da Diocese de Piracicaba, na Cúria Diocesana (Avenida Independência, 1.146 – Bairro Alto, em Piracicaba), ou on-line, neste link: https://forms.gle/NisSru3eGDQvQFN26.
Teologia II – O investimento é de R$ 75 para matrícula e oito parcelas mensais, também no valor de R$ 75, a serem pagas nos meses de março, abril, maio e junho (1º semestre); e agosto, setembro, outubro e novembro (2º semestre). As aulas terão início no dia 1º de março, às 19h30, e ocorrerão sempre às quartas-feiras, das 19h20 às 22h10.