Falando de Vinho

A Hungria em rápidos goles

A Hungria é uma das mais importantes regiões vinícolas do Leste Europeu. No entanto, até recentemente os vinhos húngaros eram quase desconhecidos fora da União Soviética e do bloco de países comunistas, devido a quarenta anos de governo comunista(1949-1989).

O principal vinho da Hungria é o Tokay Aszú, considerado um dos melhores vinhos de sobremesa do mundo.

No dia 1º de fevereiro celebra a Furmint, uma uva húngara usada na produção de Tokaji, denominação recebida pelos vinhos produzidos na região de Tokaj-Hegyalja, na Hungria, e também numa pequena extensão da Eslováquia.

Estrela dos célebres vinhos doces húngaros Tokaji, a Furmint é uma uva branca surpreendente. Seu nome tem relação com “froment”, que em francês significa “trigo”, uma referência à coloração da sua casca, bem dourada, parecida com o grão.

Os Tokaji têm aromas de damasco, mel, laranja, açúcar mascavo e marzipã. Com a evolução, adquirem notas defumadas e picantes, além de tabaco, canela e chocolate.

Foto: Reprodução internet

Além do vinho doce, a Furmint dá origem a brancos secos elegantes, de alta acidez e corpo de leve a médio.

São exemplares muito refrescantes, de cor amarelo-dourado e aromas de limão, laranja, maçã verde, pera, gengibre, nuances vegetais e, inusitadamente, fumaça. A Furmint brota cedo, mas amadurece tardiamente.

Sua casca é, a princípio, grossa, mas vai ficando bem fina à medida em que amadurece. Por isso, ela é bastante vulnerável ao ataque do fungo Botrytis cinerea, que a desidrata, concentrando aromas e sabores.

Esse processo é conhecido como podridão nobre e é a técnica utilizada na elaboração dos preciosos Tokaji.

Já os vinhos secos são elaborados com uvas que não sofrem ataque fúngico. A Furmint se dá melhor em climas de verões secos e quentes e invernos frios. Ela mostra muito potencial em solos vulcânicos.

 

Dica de Harmonização

Os vinhos secos de Furmint harmonizam com ostras, mariscos, saladas verdes, frango e peixe empanados e gastronomia asiática.

Já os vinhos doces combinam com queijos azuis e foie gras, por oposição, e sobremesas à base de frutas, como o clássico bolo de frutas cristalizadas húngaro, por afinidade.

Érica Falsirolli Franchi

Érica Falsirolli Franchi, sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers/ Subseção Campinas e certificada internacionalmente pelo Centro Italiano di Analisi Sensoriale – CIAS INNOVATION.

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