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A homenagem é para quem sabe dar o ‘Amor de Pai’

São seis histórias diferentes, mas no amor de pai, elas são todas iguais. Nesta edição, o jornal O Semanário traz uma homenagem ao Dia dos Pais, comemorado neste domingo, 8 de agosto.

Contar histórias é uma forma de homenagem, ainda mais, quando as histórias são como a de um pai idoso, um pai jovem, aquele que é pai adotivo, o pai viúvo, o avô que é pai, e também, o pai de um lar temporário.

Confira as histórias dessas pessoas, que acima de tudo, sabem dar o amor de pai! 

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José Pellegrini e a filha Claudia

Pai Idoso

Quem conta a história de um pai já bem vivido e experiente é a advogada Claudia Pellegrini, de 55 anos. Ela é filha do músico José Pellegrini, de 87 anos, morador de Capivari. 

Claudia conta que tem um pai muito determinado, e isso não é por acaso. José Pellegrini toca violino desde os 11 anos de idade, e, lá atrás, começou a estudar música sozinho, mesmo sem o apoio da família. Hoje, completa 76 anos ao lado deste seu instrumento preferido.

Pellegrini é um daqueles pais que sempre trabalharam a vida toda. Ele já foi relojoeiro, marceneiro, comerciante, desenhista e até luthier, que é o especialista em fabricar instrumentos de corda.

“Ele sempre trabalhou muito, mas nunca desistiu da música. Eu e meu pai somos parceiros em tudo, sou muito grata a ele”, conta a filha, que tem mais dois irmãos na família.

Sempre apaixonado pela música, o pai de Claudia passou no concurso da Orquestra Sinfônica de Campinas, como primeiro violinista. Lá, ele trabalhou com o que mais ama até se aposentar. Ele toca seu violino até hoje, e se encontra com um grupo de amigos músicos de Piracicaba.

“Ele sempre nos faz lembrar que viver com saúde é muito bom, e que os dias ruins sempre passam”, relata a filha. 

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Oberdan e seu filho

Pai Jovem

O jovem Oberdan Viana da Costa conta que sua vida mudou completamente com a chegada do pequeno Arthur, que hoje está perto de completar dois aninhos.

Oberdan tem 34 anos e cresceu em Rafard. Atualmente reside em Mombuca, onde tem uma empresa no ramo de refrigeração.

Para ele, ser pai é um aprendizado diário. “Meu filho me ensina todos os dias a ter mais paciência e ser uma pessoa melhor. Hoje tenho mais responsabilidade, e tudo que faço é pensando nele”. 

Além do aprendizado, a missão de pai também é cheia de desafios. Essa é a visão de Oberdan, que está começando a trilhar a experiência com o filho, mas que também não se esquece do apoio que vem da esposa e mãe.

“Ser pai é um grande desafio, vai muito mais além do que educar e proteger. E também é preciso colaborar, compreender e apoiar a mãe em todas as fases”, lembra ele. 

Para o futuro, Oberdan deseja que seu filho cresça no bom caminho, que seja feliz e realizado, e que também, seja honesto e trabalhador. 

“Desejo que ele tenha um futuro abençoado e feliz, assim como eu, pois chegar em casa e ter a família te esperando, não tem preço”. 

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Nelson Ap. Garcia, avô e pai

Avô e pai 

Todo avô tem sempre um pouco de pai. Sem dúvida, isso acontece lá na casa do mestre de obras, Nelson Ap. Garcia, que mora com a família na Fazenda São Bernardo, em Rafard. 

Nelson é avô e pai do Lorenzo, de 3 anos. Ele assumiu a paternidade do neto, desde os três primeiros meses de vida da criança, e diz que esta foi a sua melhor decisão.

“Ele é um presente na minha vida, meu neto é tudo para mim. Ele é meu calmante, minha alegria”.

Além de criar o neto, o pai e avô também tem outros dois filhos biológicos e um adotivo, todos já crescidos e independentes. Esta nova etapa com o pequeno Lorenzo tem sido para ele uma experiência renovadora.

“Ele é uma criança linda, e todos os dias, não vejo a hora de voltar para casa e ficar junto do meu neto. Aqui na Fazenda São Bernardo, onde já estamos há cinco anos, eu cuido de cavalos, galinhas, peixes, gansos e até carneiros, e meu neto sempre comigo ajudando a tratar dos animais”, encerra o avô, que se orgulha de ser pai. 

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Cristian Fernandes e seus filhos

Pai adotivo 

Há dez anos, a família do editor Cristian Fernandes, de 44 anos, morador de Capivari, cresceu de uma hora para a outra. Era a chegada dos seus três filhos adotivos, que são irmãos biológicos, e foram adotados juntos. 

O pai adotivo, e também pai biológico de um jovem de 17 anos, conta que a adoção sempre foi uma intenção do casal. 

“Desde o começo, era uma ideia que já nos acompanhava. É claro que o desafio de ter mais três filhos foi grande, as mudanças foram muitas, mas a experiência foi muito gratificante para mim e para minha esposa Letícia”, conta Cristian.

O assunto da adoção é um tema aberto na família. Há sempre o diálogo que não esconde a origem da história de vida das crianças. Todo os anos, juntos, eles comemoram a chegada dos três novos filhos, que hoje estão com 11, 13 e 14 anos. 

Cristian conta que os desafios de pai são os mesmos como em qualquer família. “O principal desafio é fazê-los entender que responsabilidade e valores são essenciais em nossa vida. Lembrando que ser pai, é muito mais que ser amigo”. 

Ao falar sobre sua experiência na paternidade, o pai não esconde que o seu jeito de ver o mundo mudou. “Ter a certeza de que você pode ajudar na construção da vida de outras pessoas, foi algo que realmente modificou a minha vida para melhor”, ensina Cristian. 

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Alex Pinto dos Santos e filha

Pai Viúvo 

Tem também aquelas histórias de pais, que no meio do caminho, sem aviso prévio, tiveram que assumir o papel de pai e mãe. 

São histórias de superação, como a do Alex Pinto dos Santos, de 46 anos, fiscal de obras da Prefeitura de Capivari.

Há três anos e meio, uma fatalidade chegou na vida da família. Alex perdeu sua esposa, que, ainda jovem, foi vítima de um câncer fatal. Foi então, que ele se viu sozinho para assumir todas as responsabilidades com a criação de sua filha, a Ana, hoje com 11 anos.

O pai viúvo, e sem dúvida vencedor, conta que criar a filha – já quase adolescente -, sem a presença da esposa e mãe é um desafio constante. 

“Tentar entender todas as transformações dela [filha], no físico, psíquico e emocional não é fácil”, conta Alex. Ele faz questão de dizer que tem muita fé em Deus, e que no dia a dia pode contar com a ajuda de suas irmãs. 

Superando desafios de ser pai e mãe ao mesmo tempo, Alex conta que ele e Ana vivem hoje uma relação de cumplicidade, amizade, amor e respeito mútuo. A ferramenta para isso, diz ele, “é o diálogo, a confiança mútua e fazer com que a minha filha acredite que vou estar sempre ao lado dela”. 

Na vida, a motivação da paternidade está no orgulho de ser o pai da Ana. “Tenho orgulho de ver ela crescendo tão rápido e se tornando uma menina sensível, meiga, amiga e companheira de todas as horas, cada vez mais parecida com a mãe”, encerra emocionado. 

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Luiz Antônio Marreto e filhos

Pai acolhedor

Quando o amor de pai não impõe limites, pouco importa se o tempo com os filhos será de uma vida inteira, ou de apenas alguns meses. 

É assim a história do Luiz Antônio Marreto, 53 anos, mecânico de manutenção e morador de Rafard. 

Além dos seus cinco filhos biológicos, ele já acolheu, em sua casa, outras três crianças que estavam sob medidas protetivas e que precisavam de um lar temporário.  A família de Luiz é uma das primeiras Famílias Acolhedoras do Projeto Teto e Afeto de Capivari. 

Desde 2019, Luiz e sua esposa já acolheram três crianças. A primeira, uma menina de 7 anos, ficou com a família por oito meses. Depois, um menino recém-nascido, permaneceu por 45 dias. Atualmente, ele e sua família acolhem uma outra menina, que está com um ano e dois meses. 

Para Luiz, não há diferença no afeto, carinho e amor de pai, seja para os filhos biológicos ou para as crianças que chegam – mesmo que por um tempo determinado -, para a Família Acolhedora.

“Hoje somos pessoas melhores, temos uma visão diferente de muitas coisas. Nossos filhos também se envolveram no projeto da Família Acolhedora. É como uma missão, e sabemos que vai ser uma criança a menos no mundo sozinha, sem um lar, sem carinho, sem um abraço”, diz Luiz, que resume sua jornada de acolhimento com a palavra gratidão. 

De modo geral, as crianças e adolescentes amparadas pelas Famílias Acolhedoras foram vítimas de maus-tratos, negligência, abusos sexuais, abandono ou agressões. O tempo de permanência de cada uma delas no lar temporário é de no máximo 18 meses, sendo depois encaminhadas para o retorno às suas famílias ou preparadas para a adoção. 

É possível saber mais sobre o serviço do Teto e Afeto – Família Acolhedora de Capivari na sede localizada na Rua Padre Haroldo, 314, no Centro, que funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 17h30. No site www.tetoeafeto.org.br também é possível conhecer mais sobre a proposta de acolhimento.

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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