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“(…) a gente não imaginava que teria que ficar tão longe um do outro”, diz aluno

Depois de quase um ano e meio de portas fechadas e aulas remotas, escolas começam a dar sinais do retorno à rotina

Desde o dia 2 de agosto, o Governo do Estado de São Paulo determinou o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas e privadas.

Para os alunos, este retorno ainda é opcional, mas uma boa parte deles já está voltando para as salas de aula, agora, adaptadas às regras de distanciamento da pandemia.

Na última terça-feira (11), foi o Dia do Estudante, data pouco comemorada neste ano atípico, com números alarmantes de contágio e mortes pelo coronavírus.

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Depois de quase um ano e meio de portas fechadas e aulas remotas, as escolas começam a dar sinais do retorno à rotina, mas, os alunos sabem que nem tudo será como antes.

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Pedro Henrique Anacleto é estudante na escola Augusto Castanho (Foto: Arquivo pessoal)

Com uso obrigatório de máscara e orientação de pelo menos um metro de distância entre os colegas de classe, o estudante Pedro Henrique Anacleto da Silva, de 13 anos, que cursa o 7º ano do Ensino Fundamental, já retornou às suas aulas presenciais, mas, confessa que o distanciamento social não está sendo fácil.

“Sinto muita falta da interação com os professores e com os colegas. A falta de contato dificulta muito na hora em que um poderia ajudar o outro, numa lição mais difícil, por exemplo. A escola é um lugar que a gente não imaginava que teria que ficar tão longe um do outro”, conta Pedro, que é aluno da escola municipal Professor Augusto Castanho, de Capivari.

Maria Eduarda de Paula Reis, de 16 anos, está cursando o 2º ano do ensino médio, na escola estadual Bispo Dom Mateus, em Mombuca, e também sente falta da proximidade com os colegas e professores.

“As aulas online não são iguais, como na sala de aula. Senti muito a falta da interação com eles [alunos e professores], e a gente não aprende da mesma forma”, diz a aluna.

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Maria Eduardo de Paula Reis se prepara para o ENEM (Foto: Arquivo pessoal)

Ela e prepara para prestar o Enem (Exame Nacional Ensino Médio) em 2022, e tem planos para cursar Medicina Veterinária.

Entre os inúmeros desafios impostos aos estudantes durante a pandemia, estão as dificuldades para acompanhar o conteúdo do Ano Letivo de um jeito novo e inesperado.

O aluno Pedro, por exemplo, não acompanhou as aulas pelo aplicativo, porque faltou o sinal de internet com mais qualidade.

“O sinal da internet só oscilava, então não acompanhei pelo aplicativo. Fiz as aulas com o material impresso em casa, mas o professor faz muita falta na hora de nos ajudar a entender todos os assuntos”, relata o jovem.

Já Maria Eduarda teve acesso a um bom serviço de internet para acompanhar as aulas, mesmo assim, ela afirma que nada substitui a presença na escola. “Sem dúvida, é muito melhor para aprender quando estamos na sala de aula”, reforça.

Na grande maioria das escolas de São Paulo, os estudantes ainda fazem revezamento de turmas. Eles frequentam as aulas presenciais em semanas alternadas, por conta do número de alunos por sala, e nos demais dias continuam com as atividades remotas.

Mesmo com algumas restrições e num ambiente todo adaptado às regras da prevenção à Covid, Pedro e Maria Eduarda estão felizes pelo retorno presencial, e afirmam que, apesar dificuldades, ainda preferem estar ali, presentes na escola.

“É bom voltar, pois só de ter o professor ali para auxiliar os alunos que não têm como acompanhar pela internet já é um grande alívio”, diz Pedro.

E com esperança de que a escola volte a ser como antes, Maria Eduarda afirma. “É bom voltar, mesmo que aos poucos. Estou feliz com o retorno, e acredito que todos os alunos e professores também esperam que tudo isso passe, e que a escola volte a ser como era antes”.

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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