Dois escritores renomados perscrutadores dos escritos metafísicos e filosóficos, os doutores George E. Vandeman autor do livreto “The Telltale Connection” traduzido para o português por Domingos Silva Jr. “Ligações Misteriosas” e o renomado Dr. LeRoy Edwin Froom no seu livro “Fellow Travelers of Spiritualism” chegaram às mesmas conclusões: a filosofia grega recebeu muita influência da filosofia indiana.
Durante o seu governo, Péricles (443 a 429 a.C.), reuniu em Atenas, pessoas versadas em várias ciências, escultores e filósofos, edificou monumentos, esculturas e desenvolveu a cultura ateniense. Houve a expansão da filosofia hindu, (século 5 a.C.) e logo depois, floresceu a grega com Sócrates (470-399 a.C.), Platão (428- 348 a.C.), Aristóteles (384-322 a.C.) e outros que se abeberaram dos ensinos hindus.
Sócrates ensinava que a alma era uma substância incorpórea, separada e distinta do corpo. A alma era imortal. Era o seu ego, o seu caráter. A definição é muito complexa ao dizer que a alma era simples, com a mesma natureza do “eidós” (cara, fisionomia, ídolo, imagem) e embora, correlacionada com o corpo, era imaterial, distinta, sobrevivente a ele, e deixa -se levar pelos desejos carnais do corpo.
Segundo Platão, a alma “psiquê” origina-se no Mundo das Ideias, das luzes, o Mundo de Deus, com todas as virtudes. Ao se incorporar vem a este Mundo de trevas, passa pelo Rio do Esquecimento, torna-se desvirtuado e vai morar numa caverna, onde só enxerga a sua sombra. Só os filósofos escapam. Os demais, com a morte do corpo, desencarnam, voltam para o Mundo das Ideias, e reiniciam o ciclo. A alma é entendida como princípio do movimento, da vida. Dizer que a alma é o princípio da vida significa dizer, que ela jamais perecerá. Toda alma é imortal.
Alma não é somente entendida como o princípio da vida, mas é também, princípio do conhecimento. Assim, como Sócrates, Platão ensinou que a alma é uma substância independente e sobrevivente ao corpo, é eterna, unindo-se a ele de forma temporária e acidental. Elas são originadas no Mundo das Ideias, e quando vencerem o ciclo, (morte e reincorporação) permanecerão eternas no mundo das Luzes.
Ainda que Platão fosse discípulo de Sócrates e Aristóteles de Platão, eles tinham suas crenças divergentes, mas sob muita influência do mestre.
Aristóteles dizia que todos os seres vivos possuem alma: os vegetais têm alma vegetativa, a dos animais é vegetativa e sensitiva. A alma do humano: vegetativa, sensitiva e animal. A parte vegetativa é essencial para possuir a sensitiva, e esta para conseguir a animal. Alma era a consciência, a racionalização, a capacidade de diferenciar o bem do mal, alma era seu ego. Para ele a alma era imortal porque não tinha composição e incorruptível, assim como Deus e os anjos.
Nunca existiu na filosofia Mosaica e hebraica, desde Gênesis (1450 a.C.) a Apocalipse (99 d.C.) a ideia de alma como entidade independente do corpo e a ele sobrevivente. É uma doutrina estapafúrdia à Bíblia, no Velho e no Novo Testamento, a não ser nos livros apócrifos (não canônicos – livros acrescentados depois da tradução do Padre Eusebius Sophronius Hieronymus, ou, Pe. Jerônimo.
Tal doutrina surgiu entre os politeístas religiosos indianos influenciando a filosofia grega e persa. Com a expansão do império romano (264 a 146 a.C.), o exército trouxe a crença do mitraísmo, fundado por Zoroastro (século 5 a.C.) que tinha o deus Faravahar como símbolo da alma antes do nascimento – alma eterna, antes e depois da morte. Como os gregos colonizaram Roma, também trouxe a crença da imortalidade da alma. A ideia da alma imortal foi assimilada por Agostinho, Tomás de Aquino e pelos reformadores.
Gênesis 2:7 é claro: Deus fez um boneco de barro e soprou o ar nas suas narinas e o homem tornou-se uma alma viva. Alma é o homem que respira, um ser vivo. Alma, do latim anima, do grego “psiquê” e “pneuma”, no hebraico “nephesh”, todas significam: ar, vida, sangue, nada indica uma entidade que sobrevive ao corpo humano.
Em Ezequiel 18:20 lê-se: “A alma que pecar morrerá”. Após a morte nada sobra do ser humano: “Sai-lhe a alma, (nephesh) torna ao pó, nesse mesmo dia perecem todos os seus desígnios”. (Salmo 146:4). Os que morrem não sabem coisa alguma, não tem recompensa, não tem amor, ódio, inveja, nem participa das coisas dos vivos. Os mortos não têm projetos, obras, conhecimentos, nem sabedoria alguma. (Eclesiastes 9:5-6 e 10). O que você tiver a dizer ou fazer de bom a alguém ou a Deus, faça agora porque, daqui a pouco poderá ser tarde.