Opinião

A consciência e a moral

29/05/2015

A consciência e a moral

Por Leondenis Vendramim
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Consciência é definida como saber, conhecimento de algo, conhecimento subjetivo, capacidade de julgamento moral dos pensamentos e atos realizados. Diz o dicionarista ser um atributo altamente desenvolvido na espécie humana. Certa feita José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, funcionário do império, perdeu todo o seu salário. D. Pedro mandou pagar-lhe um novo salário. Antônio Carlos, irmão de José Bonifácio, mandou um bilhete ao imperador dizendo que não pagaria porque a culpa era do seu irmão e não do império. Antônio Carlos deu uma parte do seu próprio salário para que seu irmão pudesse pagar suas despesas. Antônio Carlos teve consciência do que é moral.

Quanta diferença da grande maioria de nossos políticos! O navio Flyng Enterprise, cargueiro, no mar do Norte, foi violentamente açoitado pela tempestade e começou a soçobrar. Seu capitão Carlsen lutou bravamente e só desistiu quando o cargueiro afundou. Foi salvo por um navio que se aproximava. Carlsen tornou-se alvo da publicidade. Recebeu ofertas milionárias para permitir que seu nome fosse usado em propagandas de vários produtos. Ele rejeitou a todas dizendo:

“Não endossarei cervejas, relógios, ou qualquer outro produto, porque não quero ver desmerecida a luta honesta de um marinheiro para salvar o seu navio.” Carlsen foi fiel à sua consciência moral.

Estes são exemplos de boa consciência a serem seguidos. A consciência é inata, herdamos a capacidade de discernir o que é moral ou imoral; ela é influenciada pelos exemplos dos pais, amigos, mestres, da leitura, TV, etc. Feliz a criança que é regida desde o berço, por elevados padrões éticos, onde perdura o respeito mútuo, a noção do dever é inculcada pela palavra e pelo exemplo, e a própria atmosfera é permeada de virtude, gentileza e amor, cujo lar tem Jesus como hóspede contínuo. Pois aí se forjará a consciência de moral elevada, “tão fiel como a bússola o é ao polo”.

A consciência é formada pelas escolhas que se fazem ao longo da vida. É a soma total das convicções morais e ou imorais acumuladas na memória pela observação da vida e pelas doutrinas de nossos pais, mestres e do nosso Deus. Não se deve concluir, portanto, que em qualquer momento da vida ela esteja definida e inalterável. A boa consciência pode ser contaminada, deturpada pela condescendência com o erro, com a fraude e com a desonestidade. Às vezes, pelas escolhas duvidosas, pelas meias verdades, pequenos deslizes, conspurcamos nossa consciência. Foi pela dúvida que Eva degenerou sua moral, comendo um só fruto, trouxe o mal aos seus descendentes. Também pela meditação sobre o amor divino, estudo da natureza e da Bíblia, pela prática da ética cristã e com o trabalho do Espírito Santo uma consciência imoral e assassina pode ser transformada, e disto temos muitos exemplos.

A lei de Deus é a norma básica da moral. No Sermão da Montanha, Jesus ampliou seus conceitos, facilitou sua compreensão, e, embora deturpado pelo convívio com o pecado, resta um resíduo nas consciências.

Diz-se que o rei Mitrídates tomava pequenas doses de veneno para se imunizar (a palavra mitridatismo significa imunização). O erro mitridatiza os perversos. Paulo fala que os maus têm a consciência cauterizada (1Tim 3:2). Antigamente os médicos cauterizavam as feridas com ferro quente, deixando cicatrizes horríveis. Consciência cauterizada é a insensibilidade do iníquo aos apelos de Deus e dos semelhantes para mudar. No século 19, o povo se reunia nas praças e festejava os enforcamentos e as incinerações de condenados. No coliseu romano multidões se deliciavam ao ver cristãos trucidados pelas feras e as lutas entre gladiadores até à morte. O mesmo sadismo foi demonstrado pelos nazistas – mais de 6 milhões de mortos. A barbárie perdura nos crimes hediondos, cada vez mais sanguinários, torturando, matando e esquartejando cruel, e friamente. Essa volúpia por sangue é sem dúvida, o resultado do abandono generalizado de Deus e dos Seus princípios morais. Necessitamos urgentemente aprender a amar a Deus sobre tudo, e ao próximo como a nós mesmos, ou não sei até onde o Criador vai suportar a progressiva satanização da humanidade!

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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