Opinião

A Ciência: satisfação e preocupação 2

08/08/2014

A Ciência: satisfação e preocupação 2

Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)
Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Artigo | Por Leondenis Vendramim

Temos de reconhecer a importância dos inventos para o progresso, para obter a cura, aumentar a longevidade, alcançar a paz e viver a felicidade. O que preocupa é o mau uso da ciência e ou a sua consequência funesta. Assim como a grande maioria dos medicamentos que curam certas enfermidades trazem doenças mais graves.

O físico alemão Albert Einstein propôs a fórmula E= mc², a mais famosa fórmula da física. Foi laureado com prêmio Nobel em 1921. Era a descoberta da energia atômica, que revolucionaria o mundo. Não obstante, propiciou a fabricação das bombas atômicas, que lançadas em Hiroshima e Nagasaki destruíram mais de 150.000 pessoas e muitos animais e continuou matando com seus efeitos cancerígenos por longo tempo. Foi o mesmo Einstein quem aconselhou os EUA a desenvolver o projeto sobre a bomba para combater a Alemanha que já o fazia. Mais tarde ele assinou um manifesto elaborado por Bertrand Russell advertindo sobre os perigos da arma.

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Se por um lado nos extasiamos com os feitos das ciências, por outro, somos possuídos de desencanto com as mazelas sociais, morais e espirituais que assolam a humanidade e a encaminha inexoravelmente para a destruição final.

A ciência médica e sanitária preconizou a higiene, a vacinação para debelar epidemias e conseguiu fazer os seres humanos mais longevos. A consequente apreensão com o envelhecimento da humanidade no campo social e econômico.

Depois de tantas conquistas, e fazer tantos escravos, no ócio, os romanos pediam pão, circo e vinho. História que nos remete à Bíblia ao declarar que o mal de Sodoma e das cidades vizinhas foram a abundância de pão, ociosidade e riqueza sem ajudar aos pobres (Ez 16:46). A tecnologia favorece a ociosidade. Antigamente não havia água encanada, máquinas de lavar roupa e louça, alimentos prontos, computador, celular etc, etc. Havia muito trabalho para adultos e para as crianças. Os alunos tinham de escrever e fazer contas, hoje o celular faz tudo e o computador escreve o que se fala. É a lei do menor esforço. Porém as crianças e adultos são mais obesos, mais doentios, são mais consumistas e nunca se saciam. O computador, o celular, a geladeira, fogão comprados hoje, tornam-se obsoletos no próximo mês. A atualização tecnológica é uma exigência da modernidade, um imperativo do consumismo social ordenado pela propaganda avassaladora e pelo comércio capitalizador. Muitos são os problemas trazidos pela tecnologia. O que fazer com o lixo tecnológico e com o lixo radioativo? Como resolver a inadimplência dos consumistas vorazes? Com a consequente desigualdade de classe e ociosidade, jovens mergulham nos vícios, crianças se despertam para o sexo precocemente, tornam-se violentos por assistirem cenas de violência e de sexo pelos computadores e TVs. O escritor e historiador S. J. Schwantes: “… o mundo tem todas as condições para desfrutar dias menos penosos… Por que, a despeito de tanto progresso, aumenta a onda de mal estar que se abate sobre jovens e adultos?” Despontar de Uma Nova Era, Prefácio.

A má interpretação das leis que visam proteger as crianças e jovens, com o objetivo de que tenham todas as condições para frequentar escolas contribui para a ociosidade dos filhos. A lei não diz que as crianças não podem auxiliar aos pais no trabalho, mas que o trabalho não pode impedi-las de frequentar a escola e o lazer. Deve haver tempo para a escola, lazer e para o trabalho também, pois o trabalho também é um aprendizado prático, previne contra a desocupação, para os maus pensamentos e consecução da imoralidade.

A orientação de Deus nos ajuda: “Mente desocupada é oficina de Satanás”. Portanto os filhos também devem ter o tempo ocupado com o que é útil incluindo o seu lazer e sua escolaridade. O trabalho foi dado por Deus para que o homem fosse feliz, o trabalho é uma bênção. Feliz é o homem que vê o fruto do seu trabalho.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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