Região

A câmara de gás moderna

Há quem já tenha esquecido deste terrível episódio da História Moderna, mas precisamos elucidar alguns fatos para compreender a direção que estamos tomando hoje. Antes da Segunda Guerra Mundial, um soldado era treinado para a batalha, para enfrentar outros soldados. Até que Hitler decidiu exterminar todos os judeus e ordenou aos soldados nazistas que os fuzilassem em toda e qualquer cidade que começassem a invadir.

Pais de família, idosos, mulheres, crianças… todos eles eram levados ao paredão, e os soldados eram obrigados a matá-los a sangue frio. Em pouco tempo, os nazistas começaram a colher os frutos de tamanha loucura, pois os próprios soldados começaram a enlouquecer por ter que ceifar a vida de pessoas inocentes e indefesas, em vez de lutar contra soldados inimigos.

Foi então que surgiu a “solução” para o problema, dado que os soldados não suportariam continuar fazendo isso por muito tempo. As câmaras de gás, então, foram instaladas em campos de concentração, onde o extermínio seria não só mais eficiente, mas também resolveria o problema dos soldados.

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De tempos em tempos, os judeus eram levados para lá, como se fossem tomar banho, e um gás venenoso era liberado, de modo que em menos de meia hora todos morriam de forma extremamente cruel. A “vantagem” era que os soldados não precisavam assistir a nada disso; outros prisioneiros judeus, os sonderkommandos, eram encarregados de remover os corpos e, depois, queimá-los.

Ora, o que estamos vendo acontecer hoje, aqui mesmo no Brasil? Seres humanos sendo mortos “à distância” por um método mais eficiente do que simplesmente retirá-los de onde estavam e os estrangular. Infelizmente, essa é a realidade do aborto “tardio”, se é que podemos falar assim, pois em toda a história da medicina, a definição de aborto tinha como limite a viabilidade fetal (22 semanas de gestação). Muito recentemente, a OMS lançou, no último CID, uma nova definição que deixa clara a possibilidade de que um aborto possa ocorrer durante os 9 meses de gestação.

Vamos entender: depois das 22 semanas, o bebê já é considerado “viável”; isso significa que ele pode sobreviver fora do útero. Quantos de nós não nascemos prematuros e hoje estamos aqui, vivos e saudáveis? Por essa razão, se alguém realmente insistia em fazer um aborto após as 22 semanas, a única maneira era antecipar o parto e, em seguida, estrangular o bebê. Há relatos de clínicas clandestinas aqui no Brasil que faziam coisas piores, como colocar o bebê num liquidificador, por exemplo, para facilitar o descarte.

Imagine se atrocidades como essas não traumatizariam enfermeiras e médicos que tivessem que realizá-las com frequência. Não é de se espantar que procurassem alguma solução, assim como no caso dos soldados nazistas.
Pois, em 2020, um médico brasileiro realizou um aborto usando o procedimento da Assistolia Fetal – injeta-se uma solução salina (cloreto de potássio) na barriga da mãe, até que atinja o coração do bebê, que morre de um infarto dolorosíssimo. Um procedimento tão cruel que foi proibido em animais pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária há mais de 10 anos. Infelizmente, quando o CFM tentou proibir tal prática em seres humanos, os “defensores dos direitos das mulheres” se opuseram, até que o Supremo Tribunal suspendesse a decisão.

A que ponto chegamos? Tal prática, no momento, está “liberada” no Brasil, e seres humanos como o menino Vinícius Eduardo*, que já tinha 30 semanas, estão sendo assassinados até mesmo em hospitais públicos do nosso país. Assim, “os direitos das mulheres estão sendo respeitados”, e médicos e enfermeiras não precisam estrangular os bebês, apenas retirá-los mortos do ventre.

Leigos e leigas da Igreja Católica, e todos aqueles que defendem a Vida: ao combate! Temos muito a fazer! Se nada fizermos, esse terrível genocídio poderá ser pior do que o Holocausto Nazista.
* Veja o que aconteceu com o Vinícius Eduardo: https://abrir.link/vqDIT

FONTES:
SHIRER, William L. Ascensão e Queda do Terceiro Reich. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2017.
CFMV, Conselho Federal de Medicina Veterinária: <https://abrir.link/NagOR> Acesso em 29 de outubro de 2024.
OMS, Organização Mundial da Saúde: <https://icd.who.int/en> Acesso em 29 de outubro de 2024.

Camila Sordi Gil
Equipe Diocesana de Defesa da Vida e da Família

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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