04/09/2015
À beira da falência!?
EDITORIAL | Diante da caótica situação vivida pelos municípios brasileiros, principalmente os do interior, ou mais especificamente, Rafard e Capivari, as prefeituras demonstram o quão frágil e dependente elas são dos governos estadual e federal.
Que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco não é segredo para ninguém. E isso está sendo comprovado com o aumento das taxas e impostos, que levam ao aumento dos preços de produtos e serviços. Somado a isso, o corte dos serviços e benefícios extras na saúde, bem como o pouco ou quase nada de investimento no esporte, educação, saneamento e por aí vai.
Nesta semana, às escuras, perante o aumento dos custos e as constantes diminuições nos repasses e, consequentemente, na arrecadação municipal, estudantes de Rafard foram pegos de surpresa com um decreto que altera o valor do auxílio transporte de 50% para 30%. Sem qualquer alarde, o comunicado foi afixado apenas no mural do saguão da Prefeitura.
A redução do reembolso é só uma de uma série de medidas administrativas e impopulares anunciadas pela Prefeitura de Rafard. O governo municipal também decidiu cortar as gratificações dos funcionários, tanto comissionados quanto efetivos, e o pagamento de horas extras. Além disso, contratos com empresas terceirizadas serão renegociados e alguns serviços poderão até ser suspensos temporariamente.
Todos os anos, a discussão dos gestores municipais é sempre a mesma: mais recursos federais, mais dinheiro, e muita dificuldade para pagar as contas. Invariavelmente aparecem na imprensa as condições em que foram deixadas as administrações municipais e as condições que os novos prefeitos terão para honrar as promessas de campanha.
O lado federal não faz uma verdadeira reforma tributária para não ter de deixar nos municípios a riqueza gerada pelos cidadãos que ali vivem, pois o governo federal não teria as barganhas políticas para se manter no poder central. Já os prefeitos precisam se submeter às condições federais, pois existem leis que amarram a gestão.
Isso vem se repetindo há muitos anos, e a tendência é o agravamento até que boa parte dos municípios “quebre”, literalmente entrem em falência.
Até quando os municípios estarão à mercê deste sistema estrambelhado e corrupto, que zomba e tira o coro do seu povo? Povo que luta para sobreviver sobre esta terra maravilhosa e abençoada, mas que tem uma política que envergonha e entristece.
Na esperança de dias melhores, oremos para que o país não entre em colapso político.