Ao ver a foto que retrata a formatura da Turma de 67, do Ginásio Comercial de Rafard, senti uma sensação gostosa ao recordar dos meus tempos de escola, de quando nesta época do ano, chegava as férias de julho em que tínhamos um período de merecido descanso…
Nesse tempo em que a criança gostava de ser criança e brincava com toda a liberdade nas ruas, nas praças ou qualquer outro lugar, sem compromisso, aproveitando o dia todo na companhia dos coleguinhas, enquanto os jovens, por sua vez, aproveitavam para viajar para algum lugar com a “turma”.
Sempre nas minhas férias escolares, eu reservava uns dias para passar com a minha vovó materna – Isaura – que morava em Porto Feliz, e lá íamos meus irmãos e eu passar quase a metade do mês de julho, aproveitando para visitar nossos parentes e também muitos lugares da cidade, onde aconteciam variadas atividades culturais a ocupar os dias dos meninos e meninas em idade escolar.
A visita à gruta, era sem dúvida obrigatória para nós, onde se poderia admirar as belezas naturais daqueles paredões enormes, formados pela natureza ao longo dos anos, onde as araras pousavam para se alimentar – daí a cidade ter sido anteriormente denominada pelos indígenas que habitaram aquele lugar de “Araritaguaba” – que significa: “lugar onde as araras comem areia”.
Tenho em mente que as férias escolares, foram pensadas para o que aluno pudesse ter uma pausa para descanso e ter uma interação extra escola com outras pessoas e lugares, e não para fazer cursos complementares ou outras atividades que seja para sua diversão. Assim era na minha época, onde nesse período, via-se crianças na rua brincando o dia todo, alegres e felizes.
E assim, as férias no meu tempo eram bem aproveitadas por todos, porque cada minuto era bem vivido e aproveitado.
Afirmo sem chance de errar, que foi um privilégio ter sido criança e depois adolescente num tempo em que costumo chamar de “época de ouro”, na qual tínhamos mais tempo livre, e esse tempo era melhor aproveitado para relaxar, protegidos dos agentes causadores do estresse.
Nessa época, não se ouvia dizer que alguma criança tinha sintomas de stress – um dos males do no novo milênio, causados por sobrecarregar as crianças e os jovens de compromissos formais, como se os obrigassem a ser adultos, antes do tempo.
As crianças e os jovens da minha época eram mais alegres, mesmo tendo que “fabricar” seus brinquedos, que eram feitos com latinhas, com carretéis de linha. Carrinhos eram feitos de um pedaço de madeira, as bolas feitas de meia, as palhas do milho, viravam petecas e as bonecas eram feitas de retalhos de pano. Até um pneu velho de carro ou de bicicleta, virava um brinquedo. Sem contar os carrinhos de rolimã…Tempos inesquecíveis!
Quando não tinha brinquedos, brincava de esconde-esconde, apostava-se corrida, ia nadar nas lagoas, jogar bastão ou bola nas ruas que eram todas de terra. Subíamos nas árvores para fazer um balanço e bastava uma corda e um pedaço de madeira. Enfim, eram essas as nossas atividades diárias nas férias.
Terminado o mês de julho, todos retornávamos às aulas com as baterias recarregadas e com o sentimento gostoso do reencontro com os professores. E cada um tinha sempre uma novidade para contar aos mais chegados.
Bons tempos que estão gravados, e guardados numa gavetinha especial de nossa memória, onde se lê em letras douradas: “Tempos Felizes – anos dourados”.
Sim, foram os melhores anos de minha vida, e creio que também da maioria que teve, assim como eu tive o privilégio, de viver uma infância feliz, numa família que me dedicou carinho e amor.
Grato pela leitura. Se DEUS deixar, semana que vem tem mais. Abraço.