Poesias

Cavalgada Sideral

No périplo turístico dos meus sonhos reprimidos
flanei com Raquel nas margens do Sena
sob a Pont d’léna dei-lhe longos beijos
nos tantíssimos momentos de nosso amor;
a Torre Eiffel nos chama sob suas treliças
de forjados e rígidos perfis metálicos –
pontiaguda, me leva rumo ao infinito…

Sonho meus sonhos, batendo forte meu coração
sigo para Roma, onde os sinos se dobram e dobram
até as margens desérticas e milenares do Rio Jordão
onde contemplo plangente os milagres do Mártir de Gólgota;
dali vou ao cimo do Monte Everest,
e vislumbro um mundo, profundo, imundo
de guerras, impérios e tiranias,
vales, montanhas e oceanias,
os homens da Pedra Lascada
e no Egito, o Farol de Alexandria;
no paleolítico, da antiga pré-história
visualizo os homens da Pedra Lascada;
na épica e homérica Guerra de Troia
vejo Helena – linda esposa de Menelau,
raptada por Páris (guerreiro e sedutor).

Cavalgo meus sonhos versáteis
no meu Pégaso espadaúdo e alado
à velocidade dos meus pensamentos
com destino à vizinha Andrômeda;
qual um viajor sem destino,
perdi-me nesta galáxia toda espiralada
conhecendo bilhões de suas estrelas;
num pesadelo, vejo planetas habitados
por seres horríveis, absurdos, indescritíveis,
quasímodos, estranhos e também alados.

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Num átimo infinitesimal, regresso
e orbito os arredores de Antares:
para minha surpresa e grande azar,
extinto de planetas, unzinho sequer…
Pégaso, lânguido e faminto, se arrefece;
em novo destino e voo non stop,
segui na Via Láctea, para Alfa Centauro,
descobrindo um planeta orbitante, habitável
e hospitaleiro – bem pertinho de nossa Terra
repleto de ervas lisérgicas e relvas verdejantes
temperaturas amenas, águas doces e cristalinas
usufruindo de férias longas e delirantes!

No último dos sonhos, deparei-me com um
Céu Excelso, com inefáveis e divinais belezas
de um azul sem fim, praças e ruas de ouro
com imensos e infindos jardins,
repleto de rosas, lírios e jasmins
petúnias, tulipas e agapantos
tão lindos e cheios de encantos,
onde habitam os três Arcanjos:
Miguel, Rafael e Gabriel, os Querubins,
Serafins e todos os Anjos de Deus:
– Dominus vobiscum – diziam eles;
e eu, contrito de coração,
sem saber se era de noite ou de dia,
respondi com muita fé e anagogia:
– Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, miserere nobis!

Dario Bicudo Piai, engenheiro e perito judicial
Dario Bicudo Piai, engenheiro e perito judicial

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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