Respondeu-me: “amanhã, neste endereço”.
E seu cartão comigo foi deixado.
Com seu endereço anotado, despedindo saiu.
Com o meu muito obrigado, saí também, meio confuso pela coincidência.
Por alguém ter me procurado, se o que eu mais queria, era emprego.
Fui pra casa esperando o novo dia, já empregado.
Novamente, lá eu estava logo pela manhã, aguardando.
Ser motorista particular, agora de uma senhora que me procurou no café de um bar!
Não sou de muita prosa, apenas o necessário.
Trabalhei um mês inteiro e nada do meu salário!
Entra o mês seguinte e nada!
Mas o engraçado:
em casa não faltava nada.
Minha esposa nunca reclamava.
Foi passando o tempo, e eu também nada dizia.
Mas um dia, ou melhor, uma noite,
a madame me pede para levá-la em um lugar.
Como sempre eu já estava pronto, abri a porta do carro.
Numa estrada escura, uma casa grande eu pude avistar.
No portão, coberto de flores, pediu para eu parar.
A madame entrou, seu nome nunca quis falar.
Pediu que eu a esperasse.
“Claro, madame!”
As horas foram passando, e nada de a madame voltar.
Até que apareceu um rapaz, sua roupa ainda melhor que a minha.
Dirigindo-se a mim ele caminha.
Parou e me perguntou o que naquele lugar eu fazia.
A ele respondi: “sou motorista de profissão,
motorista particular, a madame entrou e pediu para esperar.”
O moço me disse: “não quero te assustar,
mas você já abriu os olhos para ver onde você está?”
Continua na próxima semana.