Os sinais elétricos analógico e digital têm diferenças enormes. O formato analógico ou linear é um tipo de sinal que passa por todos os valores intermediários possíveis devido à oscilação contínua de suas grandezas em um determinado tempo.
Já, o formato digital, ocorre de maneira abrupta, passando imediatamente de um nível máximo a um nível mínimo e vice-versa, sem assumir valores intermediários entre estes dois níveis.
Pode-se, então, concluir que enquanto o formato analógico apresenta variações infinitas entre cada um de seus valores, o digital não assume os valores intermediários entre dois níveis.
Ao trazer estes conceitos para o dia a dia das pessoas pode-se observar que enquanto se procede sistematicamente os acontecimentos no regime analógico as tendências de viés digital, em que as transições de um estado de coisas de um nível para o outro ocorre de maneira abrupta, deixa de assumir valores intermediários.
Portanto, um grande desafio surge no horizonte para as pessoas, cuja origem advém da enorme quantidade das transições de acontecimentos decorrentes em um espaço de tempo cada vez menor entre um e outro, requerendo, das mesmas, posicionamentos rápidos e pragmáticos.
Por isso, o desafio consiste em que as pessoas busquem se preparar para se tornarem capazes de responder rapidamente as demandas que lhes recaem e que cada vez mais se apresentarão descontinuamente nos valores da amplitude e passarão de um formato para o outro de maneira abrupta no decorrer do tempo, deixando no passado a saudade de uma época em que o tempo era aceito na sua longevidade para a apreciação, até que romântica de cada detalhe quando, então, as mudanças de um nível para o outro não eram tão abruptas. Mas, hoje, se deter sistematicamente por muito tempo em todos os detalhes dos valores intermediários possíveis devido à oscilação contínua de suas grandezas, ou seja, no formato analógico em que um sinal varia no tempo de forma contínua e apresenta variações infinitas entre cada um de seus valores, colocam as pessoas distantes do formato digital que não assume os valores intermediários detalhados entre dois níveis.
Isto posto, chama a atenção de que as pessoas constroem seus perfis pessoais e profissionais no formato enviesado de analógico, mas depois de formadas tem, agora, que conviverem no formato enviesado digital.
Estaria aí, por acaso, a origem da confusão?
Artigo de João Ulysses Laudissi, engenheiro e ex-diretor do Senai Rafard
