Rubinho de Souza

Ao amigo Denilson Coelho

O tempo passa, a vida muda, muitos de nossos amigos vão nos deixando. Pessoas especiais que adormecem na morte, e que jamais serão esquecidas.

Denilson foi um desses amigos, que jamais será esquecido por tudo o que foi no plano material.

Certa vez, ele fez contato comigo pelo Messenger e disse: – Rubinho, venha qualquer dia desses me visitar que abro uma garrafa de vinho e vamos bater um papo e lembrar de quando eu ia cortar o cabelo com você na barbearia do seu pai…

Respondi que um dia que ele menos esperasse eu iria na casa dele. Ele disse que iria esperar com a garrafa de vinho na geladeira.

Certo dia, eu resolvi ir fazer a prometida visita ao meu amigo, pois fiquei sabendo que ele não estava bem de saúde. E, como eu tinha ciência de quão frágil sempre foi sua saúde desde menino, me apressei a ir vê-lo.

Ao chegar na sua casa, ele me recebeu de braços abertos e com muita alegria que nem me parecia estar doente, apesar dos problemas que sempre o acompanhou. Até me contou que estava vendo um triciclo para adquirir, que pudesse ajudá-lo em sua locomoção pelas ruas, pois estava tendo dificuldades para caminhar, que realmente acabou comprando. (Depois de algum tempo, eu tive a oportunidade de fotografá-lo, andando com o triciclo na frente da casa do meu irmão Gerson, na rua Allan Rolin Barbosa).

Pois bem, depois de um bom bate papo, perguntei: – E o vinho?

Ele não se conteve. Riu a mais não poder e disse: – Cara! estava pensando nisso agora. Hoje não tenho vinho aqui que prometi servir à você, meu amigo, mas na próxima visita, prometo que não vou falhar, vai ter vinho! E, dizendo isso, se desculpou por muitas vezes…

Eu vendo sua preocupação, disse: – Denilson, meu amigo, eu vim para ver você e te dar um abraço e conversarmos. Fica-te em paz que haverá outras oportunidades para degustarmos um vinho. Vou voltar outras vezes aqui para conversarmos, pode ter certeza!

Denilson Coelho
Denilson Coelho

O problema é que, de todas surpresas desagradáveis, a morte é a mais dolorida, pois vem sem que possamos dar conta, levando de nós pessoas que amamos, pessoas que conhecemos, amigos e familiares, e até aquelas que sequer conhecemos. Chega sem bater, entra em nossa vida sem avisar e sem pedir tira de nós alguém que nos é tão caro, deixando em nosso coração um vazio infinito que não conseguimos mais preenchê-lo.

E por fim, não bebemos o vinho da amizade que ele tanto queria que tomássemos juntos…

Por isto mesmo, o que nos resta é o sentimento que emana do coração já que o passado não volta e o futuro é incerto, aproveite o HOJE, e ame mais, abrace mais, ouça mais, fale mais, visite mais, faça mais por aqueles que você ama, pois não sabemos quanto tempo temos para fazer tudo isso, sequer para respirar. A vida é muito curta para ser pequena! Já não basta que a vida curta seja, e vamos apequená-la ainda mais?

O que me resta agora é homenageá-lo depois de sua partida, por tudo aquilo que o Denilson representou como pessoa – que mesmo tendo sofrido uma enfermidade que o acompanhou até o levar embora dos familiares e amigos, sempre foi legal com todos, mesmo passando por tudo que passou, sempre foi alegre, descontraído e amigo. Era um ser humano maravilhoso, fiel e verdadeiro. Carinha e jeito de criança, não é apenas o mundo que fica mais pobre com sua partida, mas também a vida de todos os que o amavam Denilson. Tenha a certeza que você deixou muitas saudades e jamais será esquecido.

Até sempre, meu amigo! Esteja você onde estiver, tenha certeza que ao partir, você partiu nossos corações.logo do fundo do baú raffard

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