Leondenis Vendramim

Socialismo

A palavra socialismo é oriunda do latim “socio” “sociu” que significa partilhar, companheiro. Destes termos temos sócio, sociedade, social.

Fora do contexto político e econômico, se é possível secionar em pleno século 21, diríamos que socialismo é o esforço da sociedade visando o bem de seus participantes. Neste sentido, Jesus foi o maior incentivador do socialismo.

O plano de Deus era que todos os Seus filhos tivessem sua propriedade, vida e trabalho abençoados, partilhando com os menos favorecidos. (Lev. 25:8-55) Bom seria se todas as sociedades fossem socialistas, igualitárias, todos irmanados, com os mesmos direitos, não houvesse pobres nem opulentos.

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Uma sociedade em que seus componentes seriam altruístas, generosos, não gananciosos e egoístas, perfeitos, o que é humanamente impossível.

Estive um tempo entre os índios Carajás, na ilha do Bananal, Tocantins. Eles me levaram pescar. Enchemos a canoa de tucunarés.

Ao voltarmos, eles jogaram os peixes no chão, cada um pegou o que lhe bastasse. Então apareceram algumas índias, e pegaram para suprir a família. Nada sobrou e toda a aldeia se satisfez. Característica de socialismo.

Não temos o intuito de fazer apologia, nem constranger leitor algum, mas trazer os fatos a lume. O próprio Jesus, que conhece o caráter humano, profetizou (profecia não é determinismo): “sempre tereis os pobres convosco”. (Mat. 26:11) A História revela que todas as nações socialistas como a Coréia do Norte, China, Venezuela, Cuba, Nicarágua e as mais recentes a adotar tal regime como o Chile e Argentina empobreceram terrivelmente o povo enquanto seus líderes enriqueceram-se e vivem nababescamente.

A palavra “socialismo” é usada para identificar o sistema político, social e econômico no qual todas as propriedades, móveis, imóveis e semoventes, as colheitas, o produto do esforço braçal pertencem a todos igualmente. Não vamos teorizar muito, mas apenas tecer um breve resumo sobre o tema.

Friedrich List (1789-1846) foi um dos mais conhecidos economistas alemães. Defendia a ideia de que a riqueza de um país dependia mais do esforço braçal do que das riquezas naturais.

Defendia que o governo deveria desenvolver o conhecimento, a capacitação e exigir dos operários o máximo de sua capacidade em prol do bem comum.

O Estado é o produtor e distribuidor, equilibra produção e consumo. Nas entrelinhas vê-se uma imposição aos trabalhadores por maior produção.

Além disto, List ensinava a taxação de um imposto pelo governo sobre os produtos manufaturados importados, como medida protetiva às indústrias nacionais até que pudessem competir com as estrangeiras. Suas idéias eram contrárias ao livre comércio internacional.

Baseado no cooperativismo surgiu o socialismo de Robert Owen (1771-1858), ou seja, uma sociedade na qual todos trabalham em tarefas apropriadas, produzindo o máximo tendo o direito de usufruir da produção de todos.

Esse programa idealista é conhecido por socialismo utópico porque são ideais impraticáveis. Os economistas socialistas utópicos como Saint-Simon, Charles Marie Fourier, R. Owen e outros objetivavam a busca de uma sociedade ideal, igualdade social, trabalho coletivo e cooperativismo, não importando, tanto, os trabalhadores, mas a sociedade.

O Estado, como um todo cooperativista, devia ser sempre crescente, até os fins do mundo, seria a Grande Pátria.

O socialismo científico foi uma das heranças do ensino de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831). Hegel e seus discípulos pregavam: o Estado é a manifestação suprema de Deus na Terra, devem-se suprimir os interesses individuais e de classes a fim de todos se esforçarem pelo engrandecimento da pátria.

Isso lembra os absolutistas que surrupiaram os pobres para viver luxuosamente e diziam “O Estado sou eu”.

Os ensinos hegelianos originaram o movimento que dizia “nada pelo indivíduo, tudo pela Itália.” Condenavam o liberalismo, a democracia e glorificavam a guerra como ‘a única higiene do mundo’ e instrumento necessário para rejuvenescer a nação e dar “um pouco de gênio aos imbecis”.

Depois dos efeitos catastróficos da guerra, esses ensinos tornaram-se a base do fascismo.

O socialismo utópico veio na cauda do iluminismo, onde tudo tem de passar pelo parâmetro da razão ou moído e excluído pela grande e poderosa rasoura dos iluminados. Dele ficam fora a religião, Deus, a família, e todas as teorias econômicas e sociais, enquanto o mundo é governado pela razão e pela verdadeira justiça. Prometeram prosperidade e trouxeram a ruína, a paz e receberam a revolução e seu rio ficou tinto do sangue dos franceses guilhotinados sem conta, além da guerra mundial, a prostituição em lugar da moral. Em lugar da deusa Razão uma sociedade irracional.

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