Para muitos brasileiros, organizar suas finanças e manter as contas em dia é um desafio.
De acordo com o estudo realizado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o Raio-X do investidor 2022, o percentual de brasileiros que não guarda dinheiro e nem investe é de 69%, e as principais razões para não realizarem nenhum tipo de investimento são: condições financeiras, não interesse, insegurança, falta de conhecimento e informações e o fator pandemia.
Existem diversas maneiras de estruturar melhor seu planejamento financeiro e, hoje, vamos discutir sobre o Método 50-30-20, amplamente difundido em vários países.
Criada por Elizabeth Warren, política e jurista norte-americana, no livro “All Your Worth: The Ultimate Lifetime Money Plan” (tradução: “Tudo o que você merece: o plano financeiro definitivo para a sua vida”), essa regra ajuda as pessoas, de diferentes níveis sociais, a alcançar maior estabilidade financeira, gastando sua renda mensal em 3 categorias: Necessidades, Desejos e Poupança.
Em sua óptica, a teoria consiste na divisão do ganho líquido de uma pessoa na proporção de:
• 50% da destinação do recurso para as despesas fixas e essenciais, no qual o indivíduo relaciona todos os gastos para pagar o que é de fato necessidade, como por exemplo as despesas com a moradia, conta de água, luz, telefone, transporte público, supermercado, etc.
• 30% do montante deveriam ser empregados para as despesas variáveis, como por exemplo a assinatura de plataformas de streaming, lazer, academia, mimos cotidianos, etc.
• 20%, por fim, seriam alocados em uma estratégia de reserva financeira e planos de médio e longo prazo, que o investidor consegue, a partir de então, tirar seus projetos do papel.
Para ilustrarmos a aplicação da metodologia, suponha que determinado cidadão receba um salário líquido de R$ 5.000,00.
A categoria ‘Essencial’, nessa situação, deve consumir até R$ 2.500,00. Para os “gastos supérfluos”, há a disponibilidade de até R$ 1.500,00 – e o restante, R$ 1.000, seria poupado e alocado em um determinado investimento.
Nitidamente, seguir essas regras ao pé da letra é uma tarefa árdua, e que muitas vezes pode acontecer, por exemplo, das despesas fixas ultrapassarem os 50%.
Nessas situações é ideal rever alguns gastos e realizar o exercício de identificação do que pode ser ajustado para equilibrar a vida financeira.
Estabelecer limites de despesas já um excelente começo dessa jornada. Além disso, para potencializar ainda mais suas ferramentas, busque passar a anotar em uma planilha, um caderno, um aplicativo de celular ou até mesmo um planner todas as informações referentes às suas finanças.
Como pudemos perceber, o método 50-30-20 é muito interessante e pode oferecer o controle financeiro que você procurava para ter mais tranquilidade para o seu futuro.
Harion Camargo, CFP®
Técnico em Gestão Logística. Bacharel em Comércio Internacional e pós graduado em Engenharia Financeira (FIA-SP).
Possui curso intensivo em Business Supplementary pela Kaplan (Canadá) e estudou Economia Aplicada no MBA pela Fipe-SP. Mestrando em Administração com linha de pesquisa em finanças pelo Mackenzie.
Atuou em cinco diferentes áreas no Banco Bradesco, finalizando suas atividades na Mesa de Trading FX.
Posteriormente, no Itaú Unibanco, assumiu uma carteira de clientes expatriados, na área de Investment Advisory, onde atuava diretamente no Asset Allocation dos clientes estrangeiros.
Foi responsável pela área comercial na gestora Valora Investimentos, e teve uma passagem como sócio de Institutional Sales na Quasar Asset Management em 2021.
Foi Associado na área de DCM da Integral Investimentos e atualmente toca Originação e Distribuição no mercado de capitais do Banco Mercantil.
Possui as certificações: CFP, CFA Investment Foundations, Cambridge, CEA, CPA-20, CPA-10, PQO, FBB-100 e CA-300.
Ministra diversas palestras em universidades sobre temas ligados a finanças pessoais e mercado financeiro.
