O mercado voltou a reduzir, pela quarta semana seguida, as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e no próximo, mantendo a perspectiva de que a taxa básica de juros, a Selic, permanecerá em 7,25% até o final de 2013, mostrou pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira (10).
Os analistas consultados estimam agora que 2012 terminará com expansão de 1,03%, ante 1,27% na semana anterior.
Para 2013 a expectativa é de crescimento de 3,5%, contra 3,7% anteriormente.
Inflação
Os analistas consultados no Focus voltaram a elevar sua projeção para a inflação neste ano, depois de uma breve pausa na semana passada. Para 2012, a expectativa agora é de alta no IPCA de 5,58%, ante avanço de 5,43% na pesquisa anterior.
A projeção para 2013 foi mantida em 5,4%. Em ambos os casos, as expectativas estão acima do centro da meta de inflação do governo, de 4,5% pelo IPCA. O movimento segue a avaliação do o Comitê de Política Monetária (Copom) na ata de sua última reunião, que elevou suas projeções para a inflação neste ano, mantendo as estimativas para 2013.
Em novembro, a inflação subiu para 0,6%, após alta de 0,59% em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior variação desde abril passado, quando subiu 0,64%.
PIB do terceiro trimestre
No terceiro trimestre, a economia cresceu apenas 0,6%, metade da taxa esperada por analistas, o que levou a revisões para baixo nas projeções de crescimento em 2012 e 2013. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) agora espera contração de 0,6% do PIB industrial este ano, ante estimativa anterior de estabilidade.
Além das reduções de impostos, o governo também cortou a taxa básica de juros dez vezes consecutivas para a mínima recorde de 7,25% e interveio no mercado de câmbio para desvalorizar o real em relação ao dólar e estimular exportações.
O presidente do BC, Alexandre Tombini, reiterou na semana passada que a melhor estratégia é manter “as condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado” para fazer a inflação convergir para o centro da meta. A aceleração da inflação, juntamente com a declaração de Tombini sobre os juros, pode ter jogado água fria nas apostas de novos cortes da Selic no ano que vem que começaram a despontar no mercado devido à fraqueza do crescimento da economia. Entre outros, Santander e Itaú BBA passaram a prever que a taxa básica de juros cairá a 6,25% em 2013.
A pesquisa Focus mostrou também que o mercado elevou pela segunda semana seguida a previsão para o dólar, com expectativa agora de que a moeda norte-americana encerrará este ano a US$ 2,08, antes R$ 2,07 na semana anterior. Para 2013, a projeção foi elevada a R$ 2,08, ante R$ 2,06.