Vimos no artigo da semana antecedente que Deus falou: “A alma que pecar, morrerá.” (Ez. 18:4 e 20) Como um eco de Gênesis 2:17. Criados para viverem eternamente, pela desobediência, Adão e Eva morreram. Não se pode duvidar da palavra de Deus.
“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. (Rom. 5:12) O pecado, ou seja, a transgressão da lei de Deus (1João 3:4) trouxe o pecado ao mundo.
A composição do corpo humano é de: 65% de oxigênio, 18% de carbono e 10,2% de hidrogênio, uma pequena quantidade de nitrogênio (3,1%), uma pitada de cálcio (1,6%), 1,2% de fósforo, 0,25% de potássio e enxofre e percentuais menores de sódio, magnésio e cloro, cobre, e outros. Ar, terra e água, é tudo o que compõe o homem, nada mais.
O ser humano é igualzinho às outras almas viventes irracionais, possuem a mesma composição física. Todos comemos os produtos provenientes da terra, mesmo a carne, o leite, e seus derivados são alimentos de segunda linha na cadeia alimentar. Os médicos recomendam aos anêmicos, um suplemento alimentar: ferro, cálcio, magnésio e outros minerais e sais que compõem a terra. Quando morre, volta a compor a terra, talvez proveja algum suprimento a algum animal ou a outra pessoa.
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O homem não tem vantagem alguma sobre os animais, todos morrem e todos vão para o mesmo lugar, todos são pó e ao pó tornarão; é o que falam Moisés e o sábio Salomão (Gên. 7:15; Ecl. 3:18-21). Deus fez o homem do barro, assim como fez também todos os animais (Gên. 2:7 e 19).
O que o difere dos animais são os dons concedidos pelo Criador, exclusivamente aos humanos: raciocínio, consciência, capacidade analítica e o livre arbítrio. A Biologia classifica o homem como pertencente ao reino animal.
O homem é um animal racional. Os demais são irracionais que agem pelo instinto. Não obstante, Jeová manipulou o barro para fazer o ser humano, e o fez à Sua imagem e semelhança o que não é dito sobre os outros animais.
Quando Jeová criou o homem, fez um boneco de barro e soprou (em hebraico: “ruash”, em grego “pneuma”, em latim, de onde recebemos era “spiritus” em todas as línguas significando: espírito, fôlego, ar, sopro, respiração, hálito, vento, fôlego que dá vida). E o homem tornou-se uma alma vivente: em hebraico “nephesh” em grego “psichê”, em latim “anima” que se traduz por: pessoa, alma, sentimento, sangue, desejo…
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Mesmo vernaculamente que a pessoa (alma) é a composição do corpo, mais o ar (espírito). A pessoa sem ar fica desanimada. A ideia de imortalidade da alma é pagã, filosófica e platônica, mas não bíblica, como vimos.
O que acontece com a pessoa na morte? Para onde vai? Como diz a bíblia o corpo vai para terra e se desfaz, misturando-se com os demais elementos da terra. E o espírito, ou seja, o sopro mistura-se com os demais gases da natureza de Deus.
Existe inferno? Com toda a certeza. E é para lá que você, leitor, quando morrer!
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Inferno é uma palavra latina que quer dizer sepultura (pensou outra coisa?). O termo judaico para sepultura é “sheol” e no grego “hades”. O judeu usa a palavra qéver para cova coletiva e e o grego, “táfos.” O grego antigo, o koiné, tinha o vocábulo “tártarós,” que significa demônio, habitante das regiões mais profundas e em chamas.
Tartaruga, por ser assemelhada à serpente, e o tártaro pelo vermelhão e estrago aos dentes são palavras oriundas de tártaros. Para lá Zeus lançava seus oponentes. O deus Vulcanus era tão feio que sua mãe o lançou lá, de onde ele atira fogo e pedras (vulcão).
Não se encontra na Palavra de Deus o termo purgatório e nem sobre sua doutrina. O teólogo católico, Pierre le Mangeurs, em 1170, usou a palavra purgatorium para identificar o lugar onde os mortos, com poucos e “pequenos” pecados, poderiam purgá-los, preparando-se para entrar no céu. Esta doutrina é tão anti bíblica quanto a do limbo!
Os santos, exceto casos de ressurretos e transladados até à morte de Cristo, não entrarão no céu, nem no “inferno”, permanecerão na sepultura, inconscientes, como num sono profundo. Deus criou o homem de forma integral, holística e não dualista: corpo e alma.
Muitos são os eruditos teólogos defensores da integralidade humana. Não há como separar o corpo físico e o espiritual, eles são indissociáveis. Cito: Oscar Cullman, Karl Barth, Michael Perry, Helmut Thielick, Samuele Bacchiocchi e muitos outros que defendem a doutrina bíblica de alma, e corpo mortais.
Devido à influência da filosofia platônica, a alma tomou o sentido de sentimento e entidade personalizada. Mas Deus não muda: “a alma que pecar morrerá”.