Falando de Vinho

Gallo Nero – O símbolo do Chianti

Quem gosta de vinho sabe distinguir uma garrafa de Chianti antes mesmo de ler o rótulo, apenas reconhecendo a imagem do galo negro no invólucro.

Mas como um galo negro se tornou símbolo de um dos vinhos mais clássicos da Itália? O galo negro ganhou fama por uma lenda medieval e é símbolo desde o século 14.

A lenda remete que após anos de guerra sangrenta entre as repúblicas de Florença e Siena pela região de Chianti, se decidiu acabar com a guerra e determinar as fronteiras das duas repúblicas através de uma competição única.

Nessa disputa, o cavaleiro de cada cidade sairia ao canto do galo e a fronteira seria determinada quando os dois se encontrassem.

Desse modo, os habitantes de Siena, orgulhosos, escolheram um galo branco bem cuidado, bem alimentado, um representante belo e de estirpe. Já os cidadãos de Florença optaram por um galo negro, magro, raquítico, faminto.

No dia determinado para a partida dos cavaleiros, o franzino galo florentino, faminto, “acordou” mais cedo do que o gordo galo sienense, que estava saciado em seu sono, e cantou ao primeiro raio de sol do dia.

Dessa maneira, o cavaleiro de Florença disparou com sua montaria com larga vantagem e, quando encontrou o concorrente – que havia saído bem depois – ele já estava apenas uma dezena de quilômetros de Siena.

Foi assim que a região de Chianti ficou quase toda sob domínio florentino.

Galo Negro

O Galo Negro é o símbolo do Chianti Clássico, você sabe o significado por trás de típico animal numa garrafa de vinho? A etiqueta vermelha com um galo preto [“Gallo Nero” em italiano], é uma marca de excelência que exige um rigoroso processo de regulamentação governamental e vêm da área mais vocada, tudo para que o vinho seja classificado como um Chianti Clássico.

Um Chianti Clássico é uma opção para acompanhar uma boa bisteca fiorentino ou até mesmo um tradicional nhoque à bolonhesa.

Diante de tudo isso, como fica então o adágio: “Galo que fora de hora canta, cutelo na garganta” Em Florença, pelo menos, não há nada disso, muito menos um outro clássico popular: “cozinhar o galo”. Lá, “cantar de galo” é lei.

Érica Falsirolli Franchi

Érica Falsirolli Franchi, sommelière pela Associação Brasileira de Sommeliers/ Subseção Campinas e certificada internacionalmente pelo Centro Italiano di Analisi Sensoriale – CIAS INNOVATION.

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