Leondenis Vendramim

Santa Ceia ou Eucaristia

Aproximava-se a hora crucial de Jesus, Ele pressentia o Sua trágica morte. Seria a última páscoa e Ele desejava passar esses últimos momentos às sós com seus discípulos, instruindo-os. Eles ainda tinham rusgas e questionamentos a acertarem. Notaram que o Mestre estava perturbado, Seu coração oprimido deixava transparecer uma sombra a toldar-Lhe a fisionomia. “Antes da festa da páscoa, sabendo Jesus que a Sua hora de passar deste mundo para o Pai já tinha chegado, como havia amado os Seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (S. João 13:1) E disse-lhes: “Desejei muito comer esta páscoa convosco, antes do Meu sofrimento. Pois vos digo que não mais a comerei até que ela se cumpra no reino de Deus.” (Luc. 22:15-16)

A Santa ceia é uma cerimônia instituída por Jesus, na noite em que foi traído por Judas Iscariotes. Esta cerimônia deve ser efetuada pelos cristãos para lembrar-se dele (1 Cor. 11:23-24) até que Ele venha. Portanto, a Santa Ceia aponta a volta do Senhor Jesus a este mundo.

A palavra eucaristia tem origem no grego “Eu” significa bem, bom e caristia é refeição almoço. Recebemos via latim “charistia” Por extensão, os católicos traduzem como comunhão e ainda missa. É a cerimônia de participação da hóstia como sendo a carne de Cristo e do vinho, como o sangue de Cristo. Os católicos creem que a hóstia e o vinho são realmente a carne e o sangue de Cristo – é a chamada transubstanciação, ou seja, uma transformação da hóstia na carne de Jesus e do vinho no Seu sangue. Enquanto missa vem do latim “missus”- missa é enviar, despedir, arremessar. Do termo “missus” – missa, temos o vocábulo missionário que é a pessoa enviada para ensinar o evangelho.

Nesta última ceia, os discípulos expuseram seus desejos de serem os principais figurantes.

A derradeira festa pascal constituiu-se de dois atos distintos, e com emblemas diferentes. O primeiro ato foi um lava-pés, e o segundo, a ceia propriamente dita.

Santa Ceia e Eucaristia | Foto: Depositphotos
Santa Ceia e Eucaristia | Foto: Depositphotos

A sala foi preparada com antecedência: o jarro com água, a bacia e a toalha. (Mar. 14:7-15). Era costume, nas cerimônias, um servo lavar os pés dos hóspedes.

Entreolharam-se com o pensamento de superioridade. Criam que Jesus estabeleceria Seu reino e desejavam ocupar o lugar mais exaltado, junto ao Rei. João, o mais novo, e Judas Iscariotes, o mais ambicioso, sentaram-se, um à direita, outro à esquerda do Mestre. Todos com os pés empoeirados, sentados à mesa esperando por alguém que fizesse o papel de servo e lhes lavasse os pés.

Cristo, o Servo dos servos, que não veio para ser servido, mas para servir, compreendeu a situação, levantou-Se, tomou a toalha, a bacia e começou a lavar-lhes os pés. Que lição de humildade! O Deus todo-poderoso, Criador de todo o Universo, desceu do céu “E achado em forma de homem, humilhou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz”. (Fil. 2:8) A morte mais dolorosa, e humilhante da época “… haja em vós o mesmo sentimento…” (Fil. 2:7) Tomados de vergonha e humilhação, “Entenderam a muda repreensão e viram-se sob um aspecto inteiramente novo” E. G. White. D.T.N., 644

Antes da ceia Judas selou o acordo com os líderes judeus para traí-Lo. Depois se sentou à mesa como partícipe da ceia. Jesus sabia dos seus planos, mas em vez de tornar público, lavou-lhe os pés.

Pedro, recusou: “Senhor, vais lavar meus pés? Nunca me lavarás os pés”. (João 13:6,8) ao que Jesus explicou: “Se Eu não te lavar, não tens parte comigo.” (v.8). Então aquiesceu: “Não apenas os pés, mas as mãos e a cabeça.” Tornou Jesus: Quem já se banhou só necessita lavar os pés, mas nem todos estão limpos. Falava sobre Judas. (v. 9-10)

Ao terminar a solenidade do lava-pés disse: “Entendeis o que Eu fiz?”. (v. 12)

O batismo é um rito que simboliza a lavagem e purificação do pecador. (Ro. 6:3-7; At. 22:16). O lavar os pés era um batismo em miniatura, isto é, após o batismo, há pecados que necessitam ser expurgados neste ritual, sem precisar ser batizado, como Cristo disse a Pedro. O que está limpo não necessita banhar-se novamente. (Joã. 13:10)

Então o Mestre aconselha aos Seus seguidores: “Ora, se Eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns dos outros.” “Eu vos dei o exemplo para que façais o que Eu fiz.” (João 13:14) “Agora que sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes.” (v.17)

O batismo e o lava-pés são apenas simbolismos, a realidade é Cristo que nos purifica com o Seu precioso sangue, quando nisto cremos.

Continuaremos no próximo artigo.

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