Estamos às vésperas da eleição, no dia 2, escolheremos quem dirigirá, quais filosofias morais e políticas nortearão o nosso país, nosso Estado, nossa família, nossa vida pessoal. Quão importante é esse evento político!
Ninguém poderá se escusar de sua ausência ou indiferença. Cada eleitor é responsável por escolher a sua vida futura.
Reclama-se da corrupção dos políticos. Agora é o tempo de procurar e agir com sabedoria, a fim de conduzir o país na vereda Impoluta, correta para o bem do povo, pois nosso regime é democrático. Democracia é um governo exercido pelo povo, em nome do povo, para o bem do povo, motivo da eleição. Aliás, o povo pode tirar qualquer representante seu, de qualquer dos três poderes, que haja mal. Para tanto, tem de ter conhecimento e senso de justiça.
Nosso governo é republicano, dirigido por políticos, que, com raras exceções, desejam o enriquecimento próprio e de seus sequazes. Há necessidade de escolher os melhores, ninguém é perfeito ou seráfico. É muito bom conhecer um pouco de etimologia. A palavra político origina-se de dois termos gregos: poly (cidade) e tikos (técnica, ciência, capacidade de administrar). Política é a arte do cidadão de administrar a cidade.
Em francês politique, já em 1265, significava ciência das cidades, dos estados, ou país. O vocábulo político referia-se ao morador da cidade, capaz, culto, polido, não aos analfabetos, que moravam à margem da cidade.
Os correspondentes latinos são: urbe (cidade), urbano (cidadão), vilões (moradores incultos das vilas). Só, os urbanos, os cultos tinham o direito de votar e ser eleito, os vilões dos arrabaldes e as mulheres não. A Semântica revela que há muitos vilões e marginais nas cidades e pessoas urbanas, polidas, cultas e mulheres nas vilas marginais.
A palavra república tem origem no latim “res publica” que é coisa do povo e pode significar um regime de governo eleito pelo povo, constituído pelos três poderes, como o da Inglaterra, instituído por Oliver Cromwell, no século XVII, ou, uma casa alugada para estudantes ou mesmo um quarto bagunçado. Assim como uma monarquia pode ser democrática, uma república pode ser uma ditadura. No Brasil a monarquia de D. Pedro 2º foi mais democrática do que a república de Floriano Peixoto e de Getúlio Vargas, de 1930 a 1946 e na nova república, de 1951 a agosto de 1954.
O cristão é partícipe da sociedade e num regime democrático tem o dever para com a pátria de votar de acordo com sua consciência, e para com Deus o dever de escolher os melhores candidatos. Se votarmos em corruptos, que cerceiam a liberdade religiosa, seremos coniventes. Devemos eleger pessoas corretas, ilibadas, sóbrias. Não há como seguir a Jesus, exceto na eleição, vender o voto é crime e pecado, a pessoa que se vende não vale o que recebe.
No império romano havia templos mitraístas e de Belona, deusa da guerra, cujo interior chamava-se fanum, seus membros eram os fanáticos, porque entravam no fanum. Os simpatizantes eram os profanus não entravam no fanum. Hoje, fanático é o defensor exagerado e ardoroso de uma pessoa, ideologia ou partido, e profano é aquele que é contrário à religião e, ou, ao sagrado.
O cristão não pode ser fanático. “Maldito o homem que confia no homem.” (Jere. 17:5) “Não confieis em príncipes, nem nos filhos dos homens…” (Sal. 146:3). Isto não quer dizer que deva ser rebelde e desobediente aos governadores, ou acérrimos.
O cristão deve objetivar os santos, apossar-se de seus exemplos. Davi, caçado por muitos anos por Saul, não ousou fazer qualquer mal ao soberano.
(1 Sam. 24:6). Daniel, escravo na Babilônia, referiu-se a Nabucodonosor com gentileza: Ó rei, tu és rei dos reis, a quem Deus deu o reino, o poder, a força e a majestade. (Dan.2:37) Paulo, à espera da sentença de morte, aconselhou aos cristãos o devido respeito ao rei romano: “Exorto acima de tudo, que se façam súplicas, orações… pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada em toda a piedade e honestidade.” (1Tim. 2:1-2). S. Pedro apela: “sujeitai-vos a toda autoridade… quer ao rei como soberano, quer aos governadores…” (1 Ped. 2:13-15)
Os cristãos devem conhecer os candidatos, o caráter, a religiosidade, seus partidários, objetivos e votar conscientes. É tempo de orar e buscar o conselho divino, a fim de que o melhor candidato seja eleito e governe para o bem do povo, sem corrupção, sem roubos, que permita a liberdade religiosa e de expressão de ideias, para honra de Deus, que é o Rei dos reis e o Grande Juiz de todos.