A encíclica Laudato Si’ (Louvado sejas), escrita pelo Papa Francisco, trata do cuidado da casa comum e foi lançada em 24 de maio de 2015.
O Papa escreve que a violência, “que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos.
Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que ‘geme e sofre as dores do parto’ (Rm 8,22) […]. O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta: o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos” (nº 2).
São Francisco de Assis, diz o Papa, “é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade.
É o santo padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecologia, amado também por muitos que não são cristãos. Manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados.
Amava e era amado pela sua alegria, a sua dedicação generosa, o seu coração universal. Era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo” (nº 10).
O Papa continua dizendo: “Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais vários setores da atividade humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos.
Uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo” (13). “Infelizmente, muitos esforços na busca de soluções concretas para a crise ambiental acabam, com frequência, frustrados não só pela recusa dos poderosos, mas também pelo desinteresse dos outros” (nº 14).
A encíclica reconhece que “a exposição aos poluentes atmosféricos produz uma vasta gama de efeitos sobre a saúde, particularmente dos mais pobres, e provoca milhões de mortes prematuras.
Adoecem, por exemplo, por causa da inalação de elevadas quantidades de fumo produzido pelos combustíveis utilizados para cozinhar ou aquecer-se. A isto vem juntar-se a poluição que afeta a todos, causada pelo transporte, pelos fumos da indústria, pelas descargas de substâncias que contribuem para a acidificação do solo e da água, pelos fertilizantes, inseticidas, fungicidas, pesticidas e agrotóxicos em geral (nº 20).
Outro importante aspecto ressaltado pela encíclica diz que são produzidos “anualmente centenas de milhões de toneladas de resíduos, muitos deles não biodegradáveis: resíduos domésticos e comerciais, detritos de demolições, resíduos clínicos, eletrônicos e industriais, resíduos altamente tóxicos e radioativos.
A terra, nossa casa, parece transformar-se cada vez mais num imenso depósito de lixo. Em muitos lugares do planeta, os idosos recordam com saudade as paisagens de outrora, que agora veem submersas de lixo” (nº 21). “Esses problemas estão intimamente ligados à cultura do descarte […]” (nº 22).
Papa Francisco é categórico em afirmar que o “clima é um bem comum, um bem de todos e para todos. Em nível global, é um sistema complexo, que tem a ver com muitas condições essenciais para a vida humana.
Há um consenso científico muito consistente, indicando que estamos perante um preocupante aquecimento do sistema climático […]. A humanidade é chamada a tomar consciência da necessidade de mudanças de estilos de vida, de produção e de consumo, para combater esse aquecimento ou pelo menos, as causas humanas que o produzem ou acentuam […]” (nº 23).
REFERÊNCIA
FRANCISCO, Papa. Laudato Si’. Carta encíclica sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulus/Loyola, 2015.
IGREJA EM NOTÍCIAS
MUTIRÃO I – O mutirão oftalmológico realizado no último sábado (3), na Capela São Jorge, em Piracicaba, atendeu 397 crianças e adolescente, segundo a responsável pelo projeto Exército de Formiguinhas e integrante da Pastoral Social da Diocese de Piracicaba, Débora Ferraz. Entre todas as pessoas atendidas foram identificados 129 casos que vão precisar usar óculos, além de 20 meninos e meninas que foram encaminhadas para tratamento no Hospital de Olhos de Piracicaba.
MUTIRÃO II – Débora destacou que um novo mutirão oftalmológico deverá ocorrer em consideração às famílias que não puderam ser atendidas no evento do último sábado porque não tinham realizado o pré-cadastro. “Algumas famílias foram mal informadas por pessoas que usaram o nosso mutirão para se promover politicamente. Mas por respeito a essas famílias, vamos fazer um novo evento. Pedimos que aguardem mais informações porque a logística não é simples”, declarou.
Antônio Carlos D´Elboux é padre diocesano e pároco da Paróquia Imaculado Coração de Maria, em Rio Claro ([email protected])