Meus antepassados diziam que agosto era o “mês do desgosto”, o mês de cachorro louco, por que segundo o anedotário popular, nesse mês do ano aconteceram a maior parte das tragédias na política brasileira, e muitos eventos surpreendentes em geral.
Há mais de sessenta anos, agosto, vem sendo o marco de muitos acontecimentos históricos que acabaram por modificar politicamente, toda a conjuntura nacional no Brasil.
Desde o suicídio de Getúlio Vargas até a votação pelo impedimento definitivo da ex-presidente Dilma, o mês que está se findando, costuma nos reservar algo surpreendente, sempre na esfera política.
O Presidente Vargas, que voltou à Presidência da República pelo voto direto, depois de sofrer forte oposição do Congresso Nacional, e rejeição da classe empresarial, que provocou um clima de grande tensão ao Governo, suicidou-se com um tiro no peito na madrugada do dia 24 de agosto de 1954, deixando uma “carta-testamento” que o fez passar para a história.
Anos depois Jânio Quadros é eleito Presidente empunhando a bandeira de combate à corrupção, fazendo forte oposição a Juscelino Kubitschek, seu antecessor na Presidência da República. Contudo, apenas sete meses depois de assumir o cargo, é lida no Congresso Nacional a carta-renúncia de Jânio, em 5 de agosto de 1961.
Instalados os governos militares no Brasil, em 31 de agosto de 1969, o então General Costa e Silva é afastado da Presidência da República por conta de ter sofrido um acidente vascular cerebral.
Em 22 de Agosto de 1976, morre o ex-presidente JK em um acidente de carro quando se dirigia de São Paulo para o Rio de Janeiro, cuja causa foi motivo de muita especulação por anos.
O dia 03 de agosto de 1988, ficou registrado como o dia do fim da censura e da tortura no Brasil, quando a Assembleia Nacional Constituinte inseriu na nossa Constituição, a garantia do direito de liberdade de expressão e a proibição a qualquer forma de tortura.
Mais recentemente, no dia 13 de agosto de 2014, morre Eduardo Campos, ex-governador do Estado de Pernambuco e candidato à Presidência da República naquele ano, após a queda do jato particular em que viajava do Rio de Janeiro à Guarujá.
Foi também em agosto do ano 2016, que tivemos o impeachment da Presidente Dilma, cuja abertura do processo de impeachment foi aprovada pela Câmara dos Deputados em abril, a decisão foi confirmada em maio, mas somente em agosto é que o Senado decidiu pelo seu afastamento.
Como podemos ver pelos noticiários, o clima na política a nível federal está tenso, e ainda temos uma semana pela frente para terminar o fatídico mês de agosto, e não se sabe o que ainda está por vir nesses dias que ainda faltam.
Aguardemos e vamos torcer para a volta da harmonia entre os poderes da República, do contrário poderemos ter mais um fato marcante a contabilizar ao mês do cachorro louco que poderá confirmar o anedotário popular muitas vezes repetidos pelos mais antigos, de que agosto é mês de desgosto.
No entanto, se houver normalidade nesses próximos dias que restam, chegaremos a setembro, e no dia 07 poderemos comemorar a Independência do Brasil, o término do inverno e começo da estação das flores, que começa no dia 22.
Que venha logo setembro!
Grato por nos prestigiar com sua leitura. Se Deus deixar, semana eu volto.