Continuando a trazer notícias retiradas do Jornal O Progresso, hoje transcrevo para deleite dos saudosistas, um noticioso datado de 25 de agosto de 1957, ou seja, há exatos 65 anos de quando a “Société de Sucrerie Brésiliennes, comemorava seu Jubileu.
E, a maneira como Bósio relata e realça no seu periódico o evento comemorativo, deixa a leitura muito agradável, pois parece-nos estar vivendo aqueles dias e estar participando das festividades.
Sem mais delongas, vamos ao que escreveu José Miguel Bósio noticiando o grande acontecimento da época:
JUBILEU DA S.S.B.
“Rafard engalanou-se domingo, 25 para celebrar o cinquentenário da “Société de Sucrerie Brésiliennes.
Para que a festa tivesse um cunho eminentemente popular, o Dr. Roger Desmonts, DD Diretor – Gerente da Usina Rafard, designou solenizar esse fausto evento com uma partida de futebol, escolhendo para isso, um time de renome.
E a escolha foi feliz. Recaiu no clube “Veteranos Paulista de Futebol”.
O que foi a partida, vai contá-lo na respectiva secção o nosso cronista. Quanto à nossa parte, limita-se ao aspecto do ato celebrado.
Não tendo podido se apresentar, por desfalcada de elementos essenciais, a Corporação Musical Operária, fez-lhe as vezes a já famosa Corporação Musical de Itapeva.
Terminando o encontro pèbolístico, rumaram os quadros e os convidados para o extenso Refeitório da Usina, onde grande mesa e “U” os acolhia.
Jantar excelente. Bebidas. Refrescos. Nada faltou. Na hora da sobremesa, tiveram oportunidade os brindes.
Falou primeiro o Sr. Plinio Borghesi, historiando a efeméride; em seguida, o Sr. Sebastião Teixeira Jr., Chefe da Caravana Esportiva dos Veteranos, mostrando-se grato pela acolhida triunfal que lhes foi proporcionada; seguiu-se com a saudação oficial do “Rafard Clube Atlético” aos esportistas visitantes, o Sr. Pedro S. Rocha, orador da entidade.
Serenadas as palmas, ergueu-se Brandão, aquele mesmo Brandão que fazia furor nos campos esportivos nacionais, e, em delegações também no estrangeiro.
Magnífica oração, cheia de alma, lembrando quando, em Bordeus, na França, em 1938, fora cumprimentado pelo Dr. Roger Desmonts, aí presente.
Lembrou aos esportistas novos, o valor da vaidade, quando em ação. E muito mais disse o célebre atleta que, como veremos, constituiu o “clou” da reunião.
Por fim, na qualidade de um dos decanos da Usina Rafard, disse algumas palavras, o Redator deste periódico, lembrando a corajosa atitude de Mr. Maurice Allain, quando em 1899, adquiriu o Engenho quebrado, cuja fundação vinha duma concessão do Governo Imperial dada em 1882 a Henrique Raffard.
Ergueu-se um brinde ao venerando ancião que, depois em 1907, fundou e organizou a S.S.B., cujo 50° aniversário estava-se celebrando. Felicitava, na pessoa do Dr. Desmonts, todos os seus antecessores, dos quais é um brilhante continuador para o bem de Rafard e de todos.
Findo o jantar, Brandão, na sua tríplice ação de atleta, orador e músico, tocou no violão a Marselhesa e o Hino Nacional e fez uma sessão humorística.
À cabeceira da mesa, estava toda a alta administração da Usina.
No final, houve distribuição de flâmulas e medalhas comemorativas”.
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Atentem o caro leitor, que sob o patrocínio dos franceses, pessoas ilustres visitavam Rafard, numa época em que possuía vários times de futebol e tínhamos aqui duas Corporações Musicais, sendo uma delas de integrantes da Fazenda Itapeva.