Rubinho de Souza

Comemorações do 1º de Maio na Vila Raffard

O Dia 1º de maio, feriado que passou, e que comumente chamamos de Dia do Trabalho, é o dia que na verdade, se comemora os direitos conquistados através de muita luta, pelos trabalhadores de todo o mundo.

Então, as festas realizadas nesse dia, sempre foram em comemoração aos trabalhadores, e é celebrada anualmente no dia 1º de maio, em quase todos os países do mundo, sendo feriado em muitos deles.

No Brasil, as comemorações tiveram início, logo após a República ser proclamada e instituída, quando acontecia um processo acentuado do desenvolvimento da indústria nacional, quando começaram a formar-se os movimentos de trabalhadores organizados, sobretudo em São Paulo e no Rio de janeiro.

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Somente em 1917, quando na cidade de São Paulo, os trabalhadores protagonizaram uma das maiores greves gerais já registradas, é que o movimento dos trabalhadores ganhou tamanha força, que no ano de 1924, o então presidente Arthur Bernardes, resolveu reservar o dia 1º de maio como Dia do Trabalhador, passando dessa forma a ser feriado nacional.

Antigamente o feriado do Dia Primeiro de Maio no tempo de Villa Raffard, quando os franceses comandavam a usina, os festejos do Dia do Trabalhador começavam logo ao nascer do sol, com a fanfarra de Allan Rollin Barbosa descendo em direção à Maurice Allain, ao toque da “Alvorada”, acordando os moradores, que se levantavam e saiam às ruas…

Depois a fanfarra, percorria outras ruas de Vila Raffard, executando várias marchas, acompanhada dos moradores que acordavam logo cedo para participar de toda a programação de festejos para aquele dia.

As festividades do Primeiro de Maio, duravam o dia todo, com jogos de futebol, gincanas, brincadeiras para as crianças e a principal atração que era ver quem conseguia pegar o porco lambuzado de graxa, que era solto no campo do RCA, cujo prêmio ao vencedor era o próprio animal, que era levado para casa.

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Corrida primeiro de maio em Rafard (Foto enviada pelo colunista)

Todos os moradores de Villa Raffard, e os operários da usina que moravam nas fazendas ou até mesmo em outras cidades, participavam, lotando a Maurice Allain, o campo e a quadra do R. C. A., onde se concentrava a maior parte dos eventos, e onde a premiação era feita pelos franceses, que incentivavam a prática de esportes e eventos em todos os feriados.

Na foto vemos num determinado ano uma gincana, realizada na Rua Maurice Allain, enquanto ao mesmo tempo, no campo do RCA, eram realizadas outras gincanas, como corrida com ovo na colher, corrida no saco, sendo todas elas patrocinadas pelos franceses, dirigentes da usina de Rafard, que premiavam os vencedores e concorrentes.

No campo do RCA, além de várias disputas de times de futebol locais e da região, que duravam o dia todo, tínhamos outras disputas para descontrair o povo, que era o jogo de futebol dos “gordos contra os magros” ou ainda de homens trajando vestidos de mulher.

Foi uma época de ouro de nossa querida Villa Raffard, segundo nos conta um de nossos colaboradores mais antigos, como o desportista e meu particular amigo “Dorne” (Donel Jose Bevevino), que diz passar como num filme tudo isso em sua mente, pois essas imagens, ficaram guardadas em sua memória.

Eventos iguais a esses, realizados nas datas do 1º de maio, assim como outros feriados, igualmente memoráveis, comemorados em Villa Raffard, para aqueles que viveram, presenciaram e participaram, ficarão para sempre em nossa memória como um tesouro guardado, pois, somente nos resta as recordações de um tempo de ouro de nossas vidas.logo do fundo do baú raffard

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