As religiões abraâmicas se espalharam pelo mundo por meio do cristianismo. O império romano dominou quase todo o mundo conhecido, recebeu também as religiões predominantes na época, principalmente o mitraísmo mesclado do hinduísmo, o judaísmo o cristianismo. O islamismo só chegou à Europa no século 7 com as invasões muçulmanas. Como os imperadores romanos eram mitraístas e o judaísmo detestado, o cristianismo passou a ser terrivelmente perseguido, primeiro por certas semelhanças com as doutrinas judaicas, segundo por não adorar ao imperador romano como Deus.
Os apóstolos costumavam deixar um líder nas igrejas que fundavam chamado bispo (supervisor) ou presbítero. Com o passar do tempo, o prestígio destes supervisores passou a ser medido pela importância da cidade que liderava suas igrejas. Os mais destacados foram os de Antióquia, Corinto e Roma, mas todos possuíam a mesma autoridade. Mesmo havendo a perseguição sanguinária de Nero, Décio e Diocleciano o número de cristãos já era considerável. Dizia-se: “O sangue dos cristãos são sementes.”
Em 313 o imperador Constantino, concedeu ampla liberdade às religiões, anos depois, o bispo romano, Símaco começou a reivindicar sua supremacia sobre os demais, cuja ideia foi apoiada e acrescida do poder temporal, pela obra “Cidade de Deus” de Santo Agostinho. Em 440 Leão I assumiu o bispado e tornou mais explícita essa supremacia, e em 533 o imperador Bizantino Justiniano escreveu ao bispo de Roma João II, reconhecendo-o como “cabeça de todas as Sagradas Igrejas”.
Pepino, o Breve rei dos francos, em 754 doou terras italianas ao papa formando os Estados Pontifícios. Era um tempo conturbado para a Igreja, porque os reis interferiam nas eleições do Papa, até que em 898, o Papa João 9 decretou que somente os cardeais, bispos e o clero participariam da eleição papal. Logo em 800, o Papa Leão 3 coroou Carlos Magno, filho de Pepino o Breve, Sacro Imperador Romano.
Entre os séculos 5 e 11 houve numerosos e sérios desentendimentos entre o Papa e o Patriarca das igrejas orientais. A principal causa foi a veneração de imagens tridimensionais e a consequente iconoclastia (quebra pública de imagens) no século 8. Em 1054 o Papa Leão 9 enviou legados para conciliar os chamados ortodoxos (católicos orientais), e reconhecerem a supremacia papal, mas não foram bem-sucedidos. O Patriarca de Constantinopla foi aclamado líder no Oriente. Papa e Patriarca excomungaram-se mutuamente, foi o “Grande Cisma”.
É de conhecimento geral que o mitraísmo, religião persa, era dominante no império romano, quase todos os imperadores, nos primeiros séculos, professaram essa fé. O sol era o venerado deus, guardavam o domingo em honra ao sol, no dia 25 de dezembro comemoravam a ressurreição do seu deus após longo inverno. Em 3 de julho de 321 Constantino decretou que todos guardassem o domingo em honra a deus sol. O catolicismo adotou a guarda do domingo, como diz o Papa João Paulo 2 na carta Apostólica “Dies Domini” de 31 de maio de 1998: “Só no século IV é que a lei civil do Império Romano reconheceu o ritmo semanal de trabalho, fazendo com que, no dia do sol os juízes, os habitantes da cidade… parassem de trabalhar”. “Por isso, é natural que os cristãos se esforcem… para que a lei civil tenha em conta o seu dever de santificar o domingo.” O Bispo de Cesareia Eusébio afirmou: “Por sorte não temos nada em comum com a multidão de detestáveis judeus, porque recebemos de nosso Salvador, um dia de guarda diferente.” (Ver Wikipédia)
Já no século 11 o catolicismo divulgou a ideia de venda de perdões como incentivo para os cruzados contra os hereges, tornando-se, com o tempo, um meio de enriquecimento fácil para a igreja. Camponeses eram extorquidos mediante a ameaça de queimarem no inferno. A igreja, possuidora de feudos enormes, disputava terras com a nobreza. O historiador Mc Donald conta que a Igreja vendeu tanta madeira da cruz de Cristo que daria para construir um navio, 5 tíbias do burro que Jesus montou, 12 cabeças de João Batista, uma libra do vento que soprou para Elias na caverna, duas penas e um ovo do Espírito Santo. (Hist. da Civ. Ocid. V.1, p. 453)
Surgiram, entre o clero, homens como Wycliff, Huss, Jerônimo, Lutero que pregavam nas igrejas contra tais abusos. Surgiu a Reforma e a ruptura foi inevitável. Perseguidos, os protestantes fundaram suas Igrejas, como os seguidores de Lutero fundaram a Luterana. Na Inglaterra o rei Henrique 8 se revoltou contra o Papa Clemente 6 por exigir sua separação de Ana Bolena e negar divórcio de sua esposa Catarina de Aragão por ser estéril. Ele queria um herdeiro para o trono. Juntando contra a exagerada venda de indulgências, extorquindo e empobrecendo o povo fundou a Igreja Anglicana.