Leondenis Vendramim

Cristianismo e sua história

O dicionarista Aurélio define cristianismo como: o conjunto das religiões cristãs baseadas nos ensinamentos, na pessoa e na vida de Jesus Cristo.

Mas, o cristianismo atual baseia-se nos ensinos do Mestre? É apenas uma questão para nós cristãos avaliar-nos.

O Cristianismo começou com Jesus e seus discípulos. Em Mat. 28:19-20 Jesus ordena: “Ide e fazei discípulos de todos os povos… ensinando-os a guardar todas as coisas que Eu vos tenho mandado…” Era arraigada a crença dos apóstolos que o ensino seria exclusivamente para os judeus, porém relutante, Pedro pregou para Cornélio e seus conhecidos.

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A língua grega e latina tornaram-se faladas no mundo, o Império Romano abriu estradas, o Mar Mediterrâneo tornou-se “Mare Nostro” (romano), a tradução da Bíblia hebraica para a grega dos séculos 3 a 1 a.C. e a conversão de Paulo foram propulsores do Evangelho, e levado aos gentios de todo o mundo (Ro. 10:18), já no primeiro século.

Suas cartas e visitas consolidaram as novas igrejas cristãs. Antioquia tornou-se o centro de irradiação do cristianismo, onde, pela primeira vez, foram chamados “cristãos”.

É admirável que um povo de pouco mais de dois milhões de escravos, acostumados à submissão, vencesse povos muito mais numerosos e gigantescos, que “aos nossos próprios olhos parecêssemos gafanhotos e assim também lhes parecíamos”.

(Núm. 13:33) O segredo do sucesso dos hebreus era Deus e a obediência aos Seus mandamentos. (Deut. 5:32-33 e Deut. 7:6-23).

É também admirável que um grupo de poucos homens simples, tímidos, tornasse o cristianismo conhecido nos palácios e seja hoje a maior religião do globo.

O segredo continua sendo o mesmo – Jesus está com os evangelizadores. (Mat. 28:20) Recebereis o Espírito Santo e sereis minhas testemunhas… até o confim dos séculos. (Atos 1:8)
Em 250 de nossa era já circulava entre cristãos de Cartago, no norte africano, uma versão latina da Bíblia e outras versões apareceram em Roma, Espanha e Gália, chamadas Ítalas.

Talvez, como expôs Pedro Apolinário, na Catedral de Vercelli, esteja o mais velho manuscrito dos quatro Evangelhos das versões latinas, foi, segundo a tradição, escrito por Eusébio, martirizado em 370.

São Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim entre o final do século 4 e início do 5, a chamada Vulgata Latina, isto é, para o vulgo, para o povo pouco instruído, porém era muito escolada e muito cara, mas essa versão chegou a toda a Europa.

Na Idade Média o povo não tinha acesso, era proibido, e até morto por ler a Bíblia, a exceção era o alto clero (Papa, bispos cardeais…).

A primeira tradução feita em inglês por John Wycliffe no século 14, motivou sua condenação póstuma, seus ossos foram desenterrados e queimados em praça pública. Mas sua tradução foi divulgada por seus seguidores.

Erasmo de Roterdã publicou em 1515 a versão grega e latina do Novo Testamento. O monge Martinho Lutero, refugiado em Wittemberg, aproveitou o tempo para traduzir a Bíblia para o alemão e apresentou o Novo Testamento em setembro de 1522, depois de onze meses de trabalho. O Velho Testamento foi divulgado só em 1534 com o auxílio de alguns teólogos.
Casiodoro de Reina traduziu-a para o espanhol em 1569 e Cipriano Valera a revisou em 1602; esta tradução tornou-se bem popular para os povos de língua castelhana.

Em 1611 surgiu a tradução King James Version, pelo rei James, combinando com as traduções de Wycliffe, William e Tyndale. (Fonte: Sociedade Bíblica do Brasil).

Hoje há muitas traduções bíblicas e a Bíblia é o livro mais lido, embora o mais perseguido, e o cristianismo a maior religião do mundo.

Atualmente, 2 bilhões e 300 milhões de pessoas professam ser cristãos. O cristianismo baseia suas crenças na Bíblia como a Palavra de Deus. “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça, a fim de que todo homem seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra”.

(2 Tim. 3:16-17) Escrita, diz Pedro, por homens santos, da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo. (2 Pe. 1:21) É digna de toda a confiança porque nenhuma profecia, nem um de seus ensinos foi escrito pela vontade de homem algum.

(2 Pe. 1:20) Ela é a Verdade de Deus, chamada “Veritas Hebraica” por S. Jerônimo.

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