A cidade de Rafard completa, na próxima segunda-feira, 21 de março, 57 anos de história, desde a emancipação político-administrativa, que aconteceu no ano de 1965, desintegrando a antiga “Villa Raffard” de Capivari.
A história mesmo, na verdade, começou a ser escrita em 1910, quando a singela terrinha de mais ou menos 700 habitantes, já ocupada pela antiga usina da União São Paulo (hoje Raízen), e por uma estação ferroviária da Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa), aguçou a curiosidade de franceses que na usina trabalhavam.
Igualmente, a vila possuía – e ainda apresenta – uma infinidade de pontos turísticos e belezas naturais que crescem aos olhos de quem sabe perceber e explorar tais maravilhas.
No entanto, o desejo de tornar-se município gerou brigas com a vizinha, Capivari, como relatou o escritor Silveira Rocha no livro Vida Social e Política de Rafard. No ano da eleição de Jânio Quadros para Presidente da República, Rafard foi uma das poucas cidades do estado em que o candidato perdeu nas urnas.
Como um ato de provocação e porque eram partidários de Quadros, os capivarianos invadiram a cidade. A fim de responder “à altura”, os rafardenses atiraram sacos com materiais retirados dos esgotos em cima dos telhados das casas de Capivari. O episódio ficou conhecido como “Guerra de Bosta”.
Isso tudo aconteceu porque Jânio Quadros, então governador, não permitiu a municipalização da Villa Raffard.
Na época, segundo Rocha, a cidade já contava com mais de 100 casas e instituições, entre elas o Elite Futebol Clube, a Corporação Musical, a Igreja Nossa Senhora de Lourdes, o Ginásio Estadual, o Cartório de Registro Civil, o Cemitério e a Agência Postal (atualmente conhecida como Correios), além de estabelecimentos comerciais e ruas devidamente nomeadas.
Mesmo com tantos obstáculos, a vontade do povo foi levada a diante e concretizada pelo carioca Júlio Henrique Raffard, que veio até terras rafardenses a mando de Dom Pedro II, inicialmente para construir o Engenho Central de São João do Capivari.
Mais tarde, ele fundaria também o povoado, que primeiro ficou conhecido como “Villa Henrique Raffard” e anos depois seria elevado à categoria de Distrito, pertencendo à Capivari e Rafard.
De acordo com o Censo Demográfico, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população estimada em 2021 era de 9.126 habitantes.
Rafard, que lá atrás começou a ser ocupada por imigrantes, em sua maioria italianos, segue movimentada pela indústria canavieira e pela vontade de crescer e se desenvolver cada dia mais.
Mombuca
Em 21 de março de 1965, a emancipação político-administrativa de Mombuca marcava a história do município, que começou a ser construída em 1889, quando Aristides Cavicchiolli se fixou às margens do Ribeirão de mesmo nome e iniciou a formação de um pequeno povoado. A cidade, que também completa na segunda-feira (21), 57 anos, possui 3.523 habitantes distribuídos numa área territorial de 133.698 quilômetros quadrados, segundo dados estimados do Censo Demográfico 2021, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Sob as dependências capivarianas, foi elevada a Distrito de Paz no dia 24 de dezembro de 1934, pelo interventor Federal no Estado de São Paulo, Armando Salles de Oliveira, tornando-se município 60 anos mais tarde, por meio de uma comissão liderada por Eugênio de Oliveira.
Até 2010, meninos e meninas entre 10 e 14 anos predominavam entre os mombucanos, sendo 158 e 141, respectivamente. Por outro lado, conforme dados do IBGE, naquele ano viviam na cidade pelo menos dois homens com idades entre 90 e 94, e uma mulher entre 95 e 99 anos. A cultura canavieira, principal economia do município, é acompanhada de outros comércios, como a tecelagem, a reciclagem, as fábricas de móveis, graxas e óleos lubrificantes e a metalúrgica.
No tupi-guarani, Mombuca origina-se da palavra “mombuka”, nome dado a uma pequena abelha da família dos meliponídeos (ou abelhas sem ferrão), já extinta, que existia em grande quantidade na região na década de 60, e fazia suas colmeias no chão, também conhecida como mambucão e papa-terra.
Além da área urbana, a cidade é favorecida por uma extensa faixa de vegetação, com cachoeiras e lagos, que chama a atenção de turistas estrangeiros e integra a rota dos peregrinos do Caminho do Sol, que percorrem 241 quilômetros entre Santana de Parnaíba e Águas de São Pedro.
Cachoeiras Serra D’água e do Sítio Batagin, Lagoa Santa Bárbara, Mata do Pinheiro, Monte Belo, Capela em Ruínas e os passeios de charrete são algumas das opções turísticas que proporcionam contato maior com a fauna e a flora de Mombuca.
Há 15 quilômetros de Rio das Pedras, fazendo divisa com a cidade, a Mata do Pinheiro, por exemplo, preserva uma variedade de vegetações da Mata Atlântica, assim como espécies de animais, como o macaco bugio. A trilha da pequena e tranquila cidade, típica do interior paulista, compõe a imensidão de belezas naturais que podem ser apreciadas e descobertas por lá.