Frente aos agitados acontecimentos atuais que somos obrigados a conviver e administrar no cotidiano, como pandemia, política, guerra, etc., me surgem na mente algumas pérolas de recordações para o banco de dados dos saudosistas.
E num desses cenários se destaca os momentos de uma das melhores fases culturais da história de Rafard junto aos festivais de música, momentos que presenciei em companhia dos meus amigos de infância e adolescência, como Kajó, Bertinho Forti, Darcy Braggion, Rosivaldo Ferrari (Bago), João Daniel Quagliato, Ronaldo Talassi, Gerson Gasparotto, Sérgio Marreto, Marcos Galassi, Ramon Sanches, e outros nessa convivência.
– A elegância dos apresentadores em seus trajes com ternos smokings e os destaques das meninas desfilando em graça e jovialidade com seus elegantes vestidos sociais.
– A interação, integração e zoação com o jeito de ser diferente, destacado e descontraído da moçada da grande São Paulo e outras regiões que participavam expondo os trejeitos e o charme da época na forma de vestir e falar.
– A rivalidade cultural presente e concorrida entre Capivari e Rafard presente nas eliminatórias e as manifestações reativas da plateia em cada apresentação.
– As emoções dos classificados, as reações de inconformismo dos desclassificados, os gritos e as vaias da plateia, os comentários no trabalho e nas escolas da região.
– O esforço dos organizadores, os jurados de alto nível, os debates acalorados entre a plateia com as torcidas e com os participantes, as polêmicas musicais com as letras e a censura rígida da época.
– Os grandes momentos nas apresentações das bandas na época chamadas de “conjuntos” com os shows de talentos nos intervalos, colocando a moçada pra dançar, a experiência consagrada dos veteranos praticantes e também a inexperiência e o esforço dos iniciantes.
– O pessoal do lado de fora expondo sua arte ao mesmo tempo que revisavam trechos musicais dos seus trabalhos, e também cantando e tocando músicas da época em grupinhos de ocasião.
– As situações dos participantes vindos de cidades distantes e que não tinham onde se hospedar para dormir e contaram com a gentileza dos moradores.
– A proeza dos organizadores, colaboradores e ajudantes na missão de trazer um piano para o palco.
– O 1.º Festival em que Jair Rodrigues entregou o troféu ao vencedor e não cantou por questões contratuais, mas agitou a galera com suas tiradas. Dizem que ele tirou um cochilo no chão mesmo de tão cansado pela sua penosa agenda, mas agitou bastante na entrega do prêmio.