Com a (curta) pré-temporada se encerrando e o começo das competições oficiais em mais um espremido calendário – desta vez por conta da Copa do Mundo – não serão raras as projeções para um ano todo com base em alguns poucos jogos deste início de ano.
Pelo menos com bola rolando fica menos subjetivo do que o famigerado ‘time no papel’ – ah ‘no papel’ esse time é melhor do que aquele…como assim no papel?!
A graça do futebol está na complexidade! Na globalidade!
Pouco a pouco, superamos a divisão do jogo para treiná-lo: antes, para melhorar finalização, o centroavante ficava chutando vinte, trinta bolas no gol, sem um defensor para marcá-lo, tendo recebido um passe perfeito, muitas vezes até feito com a mão do treinador ou de um auxiliar, ficando cara a cara com o goleiro.
Oras, no jogo é assim que acontece?! Ou em praticamente todos os lances, o passe não virá muito redondo e haverá pelo menos um marcador e quem sabe até um segundo fazendo cobertura?! Ou o clássico treino coletivo para melhorar o jogo onze contra onze.
Nada mais aleatório e improdutivo…para aprimorar uma equipe, deve-se saber o que melhorar. Saída de bola? Transição defensiva? Infiltração dos meias na área? A partir de um foco específico se cria atividades, com muitas repetições do que se quer melhorar.
Exploro tudo porque o jogo de futebol reúne um mundo de variáveis! Ele é técnico, tático, físico, mental e, podemos ir longe dizendo que é também, social, espiritual, ecológico, antropológico e por aí vai…
Não é querer inventar a roda e nem trazer termos rebuscados. É só constatar o que de fato acontece nas quatro linhas. Todo mundo que joga, que assiste, vive isso. Talvez só não saiba declarar…
O futebol evoluiu muito nos últimos anos. Muito mesmo. Mas a essência é a mesma do início do século passado! Um jogador pode ter a técnica mais apurada, mas sem confiança ela não irá aparecer. Ou a melhor tática, a mais bem estudada, pode ser rompida pela genialidade de um drible improvisado de um atacante atrevido.
Um time com os melhores jogadores pode ser derrotado por um outro inferior tecnicamente, porém com as peças tão bem sincronizadas que ao invés de onze, a impressão que se tem é que eles estão com quinze em campo!
Por isso somos apaixonados pelo futebol! Pelo que acontece no campo! E não por ler uma escalação no papel.