Um passarinho, um cachorro, um gato, um peixe, todos os animais possuem um princípio espiritual em evolução. E todos, um dia, alcançarão o estágio de Espíritos, como nós, humanos, alcançaremos o estágio de Anjos. É da Lei de Evolução estatuída por Deus, conforme também à teoria da evolução das espécies observada pelo cientista inglês Charles Darwin.
Dessa maneira, tudo que tem vida e tem um corpo tem princípio espiritual. Não existe vida sem a contrapartida dessa semente. O princípio espiritual, que a todos anima, será Espírito, o ser pensante, um dia. Há uma unidade de vistas na obra da Criação. O Pai não admite privilégios. Estamos todos a caminho de gloriosa destinação: a perfeição, que é felicidade plena.
O professor francês Léon Rivail, depois conhecido como Allan Kardec, fazendo consulta aos espíritos, organizou uma obra que tratou também dessas questões dos animais, O Livro dos Espíritos:
“Já que os animais têm uma inteligência que lhes dá certa liberdade de ação, há neles um princípio independente da matéria? (Questão 597)
“— Sim, e que sobrevive ao corpo.
“Esse princípio é uma alma semelhante à do homem? (Q.597a)
“— É também uma alma, se assim quiserdes; isso depende do sentido que se dá a essa palavra; mas ela é inferior à do homem. Entre a alma dos animais e a do homem há a mesma distância que existe entre a alma do homem e Deus.
“A alma dos animais conserva, após a morte, sua individualidade e a consciência de si mesma? (Q.598)
“— Sua individualidade, sim, mas não a consciência de seu eu. A vida inteligente permanece em estado latente.
“Nos mundos superiores, os animais conhecem Deus? (Q.603)
“— Não, o homem é um Deus para eles, como outrora os Espíritos eram deuses para os homens.
“A inteligência do homem e a dos animais emanam de um princípio único? (Q.606)
“— Sem dúvida nenhuma, mas, no caso do homem, esse princípio passou por uma elaboração que o eleva acima daquele que existe no animal.”
Atualmente os cães e gatos ganharam um novo significado na vida de seus donos e também na sociedade, com leis mais rígidas para seus cuidados. De acordo com levantamento da Pesquisa Nacional de Saúde, feito pelo IBGE, 44,3% dos lares brasileiros têm a presença de ao menos um cachorro.
Muitos conhecidos têm uma relação tão próxima com animais que partilham mais tempo com eles do que com outros seres humanos, ou mesmo com os familiares, como é até natural que ocorra nas rotinas de nossa vida.
Muitos almoçam com seus animais de estimação ao lado, e muitos deles até dormem em seus quartos. Não acontece isso mesmo?
Esse convívio tão próximo, tão íntimo, leva muitas pessoas, no caso da morte de seus animais, a um processo de luto com o mesmo sentimento que teriam em relação a um parente. Pois o luto é particular, único, diz o psicólogo Leonardo Moreli: “Cada pessoa tem o tempo de recuperação e reações diferentes. No caso da morte de um animal de estimação, a pessoa que perdeu, geralmente, tem o pet como um membro da família, muitas vezes como filho, então é totalmente compreensiva a dor”, explica. (1)