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Envelhecer com saúde; é preciso cuidado com os sinais da depressão

O Brasil é um país de idosos. É o que aponta os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados no último Censo, em novembro de 2019. A projeção, é que em 2060, o país passará a ter mais idosos do que jovens.

Se a população idosa aumenta a cada ano, também cresce a necessidade dos cuidados com a saúde dos idosos, e um dos temas mais importantes passa pela saúde mental e emocional.

Nesta sexta-feira, 1º de outubro, é o Dia Nacional do Idoso, e duas profissionais de saúde foram convidadas para falar sobre a importância dos hábitos e cuidados para se chegar numa velhice mais feliz e saudável.ana-lúcia-e-katiucha

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O perigo da depressão

A médica psiquiatra, Ana Lúcia Stipp Paterniani, que é especialista em psicoterapia e realiza atendimento em seu consultório, em Piracicaba, explica que pela história natural do ser humano, o idoso é sensível e vulnerável a sofrer com doenças emocionais, como a depressão.

“O envelhecimento traz muitas mudanças na vida. Muitas são as perdas, como na família, na carreira profissional e nas capacidades físicas e mentais. O aumento da expectativa de vida entre homens e mulheres tem suas vantagens, mas requer alguns cuidados extras”, diz a médica.

Com tantas mudanças inevitáveis, uma das doenças que mais acomete os idosos é a depressão. Dra. Ana explica que essa doença é um problema comum nos idosos, e os sintomas afetam todos os aspectos de sua vida, incluindo a energia, apetite, sono e até os relacionamentos.

“É importante lembrar que a depressão não faz parte do envelhecimento, não é preciso ficar deprimido porque está envelhecendo. Infelizmente, muitos idosos deprimidos não reconhecem os sintomas e não conseguem pedir a ajuda necessária que precisam para superar a doença”, explica a psiquiatra.

Outro aspecto fundamental na qualidade de vida do idoso são os cuidados da família, como explica a psicóloga Katiucha Reisdorfer, que atua em projetos de grupos de convivência desde 2011, em municípios como Mombuca e Porto Feliz.

“A família precisa ficar atenta se há mudanças de atitudes como: passar a chorar constantemente, tristeza profunda; falta de vontade ou energia para atividades diárias; negligência com a higiene pessoal; irritabilidade e queixas sem motivos. Esses são alguns indícios de que o idoso pode estar com depressão, porém, só um profissional médico pode fazer o diagnóstico preciso”, afirma a psicóloga.

Outra causa frequente de depressão entre os idosos, pode estar relacionada com o uso de medicamentos. A psiquiatra Ana Lúcia orienta que aos primeiros sinais do idoso deprimido, após o início de qualquer medicação, é preciso consultar o médico para adequar a dose ou trocar o medicamento.

O que pode ajudar

Algumas atividades podem ajudar a prevenir ou até mesmo tratar o quadro de depressão no idoso. Dra. Ana sugere, entre elas, o envolvimento com atividades coletivas, desde a jogar dominó, até frequentar praças e clubes. “O importante é manter o contato com outras pessoas”.

Aproveitar o tempo com o voluntariado ou adotar um animal de estimação também podem ajudar. A psicóloga Katiucha reafirma que tudo isso ajuda, mas o convívio familiar, está entre as orientações mais importantes, pois o isolamento é extremamente prejudicial ao idoso.

“É importante manter a rotina, organizar o ambiente, estimular que o idoso participe das atividades em casa, dar atenção quando a pessoa conta as histórias do passado, incentivar que converse com os familiares e amigos, demonstrar como é bom estar em sua companhia, demonstrar atenção, cuidado, mas sem tirar a autonomia da pessoa; demonstrar afeto, carinho e amor”.

Outro aliado do envelhecimento saudável é a convivência em grupo. São nos grupos, como os da Terceira Idade ou Projetos para Idosos, que eles vão se sentir aceitos e podem redescobrir suas qualidades e compartilhar conhecimentos. “Todo ser humano é um ser social, portanto, precisamos não só do cuidado, mas da troca, de atenção, afeto, carinho, de sentir-se aceito”, concluí a psicóloga.

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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