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Casais homoafetivos falam de amor e liberdade no Dia do Orgulho LGBT

Na próxima segunda-feira, 28 de junho, é o Dia Internacional do Orgulho LGBT, data que traz à tona o debate sobre a liberdade e respeito a lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.

Para tratar sobre o tema, o jornal o Semanário conversou com dois casais de Rafard, dois homens e duas mulheres. Juntos e felizes, eles e elas assumiram a relação homoafetiva, e hoje falam de superação, liberdade e amor.

O Dia do Orgulho LGBT nasceu em 28 de junho de 1969, data da Rebelião de Stonewall, em Nova York, quando, na época, ser gay era considerado crime em boa parte dos Estados Unidos.

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Luís e Josias revelam que a aceitação de familiares e amigos é a parte mais difícil (Foto: Arquivo pessoal)

Melhor fase

Josias Celestino da Silva (42 anos), professor, e Luís Wagner Ferreira (38), administrador, estão juntos há um ano e meio e possuem união estável, que estabelece legalmente a convivência entre duas pessoas, é similar ao casamento civil.

Morando em Rafard, os dois contam que estão na melhor fase do relacionamento, e que, há tempos, o preconceito e a intolerância à homossexualidade, já não atrapalham mais a vida dos dois.

Lá atrás, ainda mais jovem, Josias conta que, para assumir sua opção sexual, teve que superar seus próprios medos e desafios pessoais. Para ele, a palavra que resume esta fase é aceitação.

“Primeiro foi preciso me aceitar, depois ter a aceitação da família e no trabalho”, afirma.

Professor há 20 anos, Josias afirma que no trabalho já não encontra mais barreiras sobre o assunto. Mesmo se tratando de um tema ainda polêmico, ele conta que existe um diálogo aberto e saudável com os alunos, pais e professores.

“Conquistei um espaço que me permite ser aberto com todos. O assunto – homossexualidade – é delicado e polêmico, mas quando bem direcionado, torna-se um debate que encontra espaço relevante na sociedade”, reflete o professor.

Indagado sobre o que ele diria a outros homens que ainda vivem na barreira do preconceito e discriminação por conta da homossexualidade, o recado do professor é que, em primeiro lugar, é preciso aceitar a si mesmo, depois é preciso ter um diálogo honesto com a família e amigos, e assim construir o respeito mútuo.

Falando em orgulho LGBT, Josias diz que se sente orgulhoso, por ver que, mesmo num cenário restrito e ainda ‘doentio’, está comprovado que é possível, para o público LGBT, a conquista de seus espaços e seus direitos.

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Jéssica e Débora seguem juntas, e segundo elas, cada vez mais felizes (Foto: Arquivo pessoal)

Orgulho da família

Jéssica Sanguino (30 anos), esteticista, e Débora Ap. Bernardo (39), educadora física, estão juntas há sete anos, e são casadas oficialmente há pouco mais de dois.

As duas rafardenses também tiveram que superar muitos desafios em nome da relação amorosa. De início, os familiares e amigos próximos não aceitaram, e elas tiveram que enfrentar as barreiras do preconceito.

Elas não desistiram, e com o passar do tempo veio a compreensão e acolhimento da família.

“Mostrei para eles que sou trabalhadora e uma pessoa do bem, e a minha opção sexual não me faz nem melhor, nem pior a ninguém”, conta Débora.

Da vida pessoal para o mercado de trabalho, Jéssica, que está há 16 anos no ramo de estética e beleza, afirma que nunca sentiu preconceito ou discriminação por parte de suas clientes.

“Mantenho uma relação de amizade e muito respeito por todas elas”.

Já para Débora, profissional do esporte há quase 10 anos, a realidade é outra.

“O ambiente do esporte, infelizmente, ainda é muito machista, e ainda tem que mudar bastante”.

Mesmo com alguns desafios, ainda a serem superados, Jéssica e Débora seguem juntas, e segundo elas, cada vez mais felizes. O que também as fortalece, é o acolhimento que hoje sentem na família.

“A aceitação da família é muito importante, faz com que a gente se sinta amada”, desabafa Débora.

Quando falam sobre o que lhes causam orgulho, no dia Mundial LGBT, Débora responde que é ter a oportunidade de viver um relacionamento estável, aceito pela família e respeitado pela sociedade, como sempre sonhou.

Na resposta, Jéssica encerra: “Tenho orgulho da família que construí ao lado dela [Débora] e do respeito que conquistei das pessoas que amo”.

Ivanete Cardoso

Jornalista - MTB 57.303

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