Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo

Tentações, quem não as têm?

Todo rio procede de uma nascente simples. A maioria dos incêndios se alteia de alguma faísca. Assim também sucede com o suicídio e a delinquência… Emmanuel (Chico Xavier) – Paciência – CEU

Nós espíritas acreditamos que a obsessão pode causar doenças físicas e psíquicas nas pessoas.

Segundo Allan Kardec, o codificador do espiritismo, a obsessão seria o domínio que alguns espíritos logram adquirir sobre certas pessoas.

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É a ação persistente que um espírito imperfeito, vingativo ou vicioso pode exercer sobre um indivíduo. Mas, esse ser é o mesmo que viveu na Terra e hoje no mundo espiritual se volta contra o encarnado. Não são demônios, diabos ou satanás – na verdade, esses não existem são apenas personagens simbólicas do mal, da maldade, do egoísmo e do materialismo.

Marilyn Monroe concedeu uma entrevista ao espírito do escritor brasileiro Humberto de Campos, ambos no Além, que foi transmitida ao médium Chico Xavier, indagando se sua morte teria sido suicídio.

A jovem, no Além, negou, dizendo: “A tese do suicídio não é verdadeira como foi comentada – acentuou ela sorrindo. – Os vivos falam acerca dos mortos o que lhes vem à cabeça, sem que os mortos lhes possam dar a resposta devida…”

E esclarece sua morte: “A desencarnação me alcançou através de tremendo processo obsessivo. Em verdade, na época, me achava sob profunda depressão… Depois de noites horríveis, nas quais me sentia desvairar, por falta de orientação e de fé, ingeri, quase semi-inconsciente, os elementos mortíferos que me expulsaram do corpo, na suposição de que tomava uma simples dose de pílulas mensageiras do sono…”

E traz mais detalhes, a estrela do cinema, da sua passagem para a vida espírita: “Efetivamente, não tive a intenção de fugir da existência, mas, no fundo, estava incursa no suicídio indireto. Malbaratara minhas forças, em nome da arte, entregara-me a excessos que me arrasaram as oportunidades de elevação… não me desvencilhei da influência perniciosa de espíritos vampirizadores a cujos propósitos eu aderira, por falta de discernimento quanto às leis que regem o equilíbrio da alma”. (1)

Tentações, quem não as têm, não é verdade? Numa ou noutra hora somos defrontados por diversas ideias e pensamentos que nos tentam a satisfação, o interesse, o apego, a vingança, a paixão e a ambição.

Nessas circunstâncias, diz Allan Kardec que “podemos imaginar um espírito malévolo incitando-nos ao mal, ao qual somos livres para ceder ou resistir, como se tratasse de um convite de uma pessoa viva. Mas devemos, ao mesmo tempo, imaginar nosso anjo guardião – ou Espírito protetor –, que, por sua vez, combate em nós a má influência, e espera com ansiedade a decisão que vamos tomar”.

O professor nos aconselha humildade e confiança superior: “Aquele que resistiu a uma tentação deve-o à assistência dos bons espíritos, dos quais escutou a voz. Deve agradecer a Deus e a seu anjo guardião”. (2)

(1) Estante da vida, Irmão X (Humberto de Campos) – Chico Xavier – FEB.
(2) O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec – Editora EME, tradução de Matheus Rodrigues de Camargo.

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