Na casa de Maria Alves Nunes, de 61 anos, moradora do bairro Popular de Rafard, existe uma regra básica, não pode haver nenhum acúmulo de água nos vasos de planta, mesmo quando o cultivo de folhagens e flores, passar de mais de dez vasos.
Apaixonada por plantas, a diarista Dorinha, como é conhecida no bairro, é uma das mais importantes para conter o mosquito transmissor da Dengue, doença que costuma gerar alto índice de casos nesta época do ano, por conta do calor e da chuva.
Em razão da pandemia da Covid-19, as visitas domiciliares dos agentes de saúde, para fiscalizar possíveis focos da doença e orientar os moradores, foram reduzidas, ou praticamente suspensas temporariamente.
Em 2020, o Ministério da Saúde divulgou o registro de 528 mortes causadas por Dengue, em todo o país. Em novembro, do mesmo ano, foi lançada uma Campanha Nacional de Combate ao Mosquito.
Na Campanha, o alerta é de que toda a população compartilhe da responsabilidade de, todos os dias, verificar se há pontos de água parada nas residências, lotes ou áreas públicas, próximas de casa. A iniciativa lembra que, mesmo numa tampinha de garrafa, o mosquito consegue depositar suas larvas, e procriar.
O recado funciona para Dorinha, que todos os dias verifica os vasos de plantas.
“Olho todos os dias. A gente tem que cuidar pra não pegar Covid, mas não pode esquecer do mosquito da Dengue, que não desapareceu, ele ainda está por aí”, diz com firmeza.
No nosso quintal
De acordo com informações do governo municipal, em 2020, houve registro de apenas 1 caso de Dengue em Rafard. Este ano, ainda não foi confirmado nenhum caso, e para conter a proliferação do mosquito, já foram feitas 28 visitas em pontos estratégicos, como cemitério e borracharias.
Capivari teve 20 casos no ano passado e, mais dois este ano, um inclusive, confirmado na última terça-feira (2). A equipe de Vigilância Sanitária está realizando as visitas nas residências, mas de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde, em números bem reduzidos. Em 20 visitas feitas, foram encontradas larvas do mosquito em 6 localidades.
Outra estratégia do município é visitar pontos estratégicos e monitorar a proliferação de larvas, como em borracharias, cemitério e locais de reciclagem. Para orientar a população e diminuir o número de casos, a Prefeitura de Capivari lançou, em janeiro, a Campanha “Xispa Dengue”, com material divulgado através de veículos de comunicação e redes sociais.
Em Mombuca, o registro do número de casos de Dengue foi maior que nas outras duas cidades. Em dois meses, de janeiro a fevereiro deste ano, foram registrados 19 casos suspeitos, com 10 pessoas com contaminação confirmada.
Ano passado, o Serviço de Saúde do município teve outros 10 casos suspeitos, porém todos negativos. A partir de janeiro de 2020, nas ações programadas para conter a Dengue, o governo municipal pretende agir rápido e planeja para os próximos dias uma ação de dedetização, mutirão de limpeza e ações de combate ao mosquito casa a casa. Em nenhum dos municípios foram registrados casos de óbito pela doença.
Covid ou Dengue?
Febre, dor de cabeça e no corpo são sintomas comuns a mais de uma doença. Nos tempos atuais, podem levar uma pessoa a pensar que contraiu o coronavírus (Covid-19). Só que esses mesmos sintomas podem ser apresentados por alguém que está com Dengue, outra virose que costuma registrar alta de casos nesta época do ano.
Além disso, a Dengue é caracterizada por dores nas articulações, problemas gastrointestinais, manchas avermelhadas pelo corpo, além da queda no nível de plaquetas do sangue o que leva aos sangramentos que caracterizam a forma grave da Dengue.
Alguns sintomas dessas doenças se confundem, como febre, dor de cabeça e dor no corpo. Em certos casos, o diagnóstico é previamente apresentado como Dengue, mas depois é confirmado como COVID-19. E ainda mais: há chances de acontecer uma coinfecção, onde os dois vírus podem infectar uma mesma pessoa ao mesmo tempo.
