Vimos no artigo anterior não haver superioridade racial entre negros e brancos e segundo os monogenistas há uma só raça da qual todos são descendentes, e como dizem os antropólogos e arqueólogos os lobos cerebrais de todos são iguais, o que impede tal supremacia; portanto a cor da pele não implica em nenhuma vantagem de uns sobre outros. Entre os humanos, como em todas as espécies de animais e plantas, há uma enorme variedade de combinação de genes: coloração, tamanho, forma, mas cada espécie é identificada perfeitamente em cada indivíduo. O dálmata, o chow chow, o pastor e o maltês são muito diferentes, mas todos são cães; o branco, o negro, o índio, o asiático diferem muito em seus caracteres físicos, mas todos são humanos. Todos, segundo a Palavra de Deus, vieram de Adão e Eva e têm a mesma estrutura capacitante física, moral, mental e espiritual. Se alguns conseguem mais habilidades é devido à dedicação aos estudos e aos treinos. Deus gosta da diversidade; se todos fossem iguaizinhos seria monótono e não haveria escolhas.
Partindo da ideia de que todos somos uma só raça (humanos), podemos considerar o racismo descabido. Certa vez, numa cidade da Grande S. Paulo, tive de me opor a um cidadão com quem eu conversava. Aproximando-se um negro, pobre chamado Gumercindo cumprimentou-me e estendeu a mão para desejar um bom dia ao branco, rico. O “branquelo”, como os negros nos chamam, não deu a mão e disse que não reconhecia negro como “amigo”. Como sou cristão, disse que os negros são filhos de Deus, Jesus morreu por eles também, portanto, são candidatos ao céu. O homem branco me respondeu: “Se ele for ao céu eu não vou”. Os negros não são inferiores; muitos possuem habilidades e profundos conhecimentos, e alcançam sucesso no que fazem. Mas há também negros racistas, para com os de sua própria cor, ou, contra os brancos a quem chamam de branquelos, e somos mesmo desbotados, ou, com falta de melanina.
– Se todos possuem as mesmas habilidades não pode haver diferença salarial para pessoas do mesmo cargo e função, devido à cor cutânea, ou ao sexo, isto é preconceituoso.
As cotas raciais é outro tema discutível. Cotas raciais são reservas de vagas em vestibulares, provas e concursos públicos destinados às pessoas negras, pardas, indígenas, ou delas oriundas, que cursaram todo o ensino médio em escolas públicas, visando acabar com a desigualdade racial. A UNIRIO foi a primeira instituição pública de ensino a adotar o sistema de cotas, em 2003. Em 2004 foi a vez da UnB. O STF criou as Leis 12.711/12 e 12990/14 regulamentando o sistema de cotas.
Pergunto e perguntar não ofende nem é preconceituoso (e eu não sou):
Não seriam as cotas raciais uma declaração discriminatória legislada definindo negros e índios como incapazes e a escola pública como ineficaz? Não é enganar esse segmento?
Não seria mais correto tornar o ensino fundamental, médio e universitário, mais eficientes e acessíveis a todos, conforme a Constituição, independentemente da cor, origem, status socioeconômico, dando as mesmas oportunidades a todos?
Não deviam igualar os proventos de políticos, funcionários públicos aos dos funcionários de empresas particulares? Baixar os rendimentos e acabar com os auxílios escandalosos da máquina administrativa dos três poderes? Punir severamente e fazer devolver com juros e correção aos cofres públicos o que roubaram? A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) Federal, Estadual e Municipal teria mais verba para Saúde, Educação e Saneamento. Em vez de baixar o nível do ensino universitário, elevaria o do fundamental e médio. Haveria mais universitários capacitados inseridos no mercado de trabalho.
Os negros, índios, pobres e seus descendentes não precisam de cotas nem de bolsa família, necessitam de engajamento na escola, no trabalho e na sociedade.
Segundo o Censo de 2010 os negros são a maioria de nossa população (50,7%), dar-lhes e aos pobres oportunidade para se desenvolverem é justo e o Brasil deixaria de ser subdesenvolvido, ou, em desenvolvimento. Deus nos adverte: “não façais acepção de pessoas” (Tiago 2:1).