“O pior dos papéis deste mundo consiste em trabalhar conscientemente para envenenar as almas.” Léon Denis, escritor e filósofo francês
Em nossa comarca, quando se esperavam dois candidatos por cidade, vemos uma enxurrada deles oferecendo milagres.
Por que dois? Um de oposição e outro da situação.
A democracia cria essa balbúrdia. Se fosse obrigado a fazer uma seleção com aplicação de prova de conhecimentos básicos de política, administração, gestão e direito, sobrariam raríssimos candidatos.
E somos obrigados a escolher o menos pior. Depois dizem que o povo brasileiro não sabe votar, mas são os partidos que não nos oferecem boas condições.
Muitos dos candidatos dizem que desejam ajudar o povo e resolver os problemas que os administradores e vereadores anteriores não conseguiram. Mentira ou verdade? Com raríssimas exceções, vão conseguir muito pouco para a população. Mas particularmente vão se beneficiar das benesses do município e do Estado.
Faça um levantamento nas prefeituras e nos gabinetes dos deputados para ver quantos ex-candidatos estão trabalhando nestes órgãos e quantos apadrinhados são assessores de deputados que não frequentam a Câmara do Estado e de Brasília, mas mesmo assim recebem salários.
Porém, tem troco e tem volta. O que se faz aqui, aqui mesmo se paga; quem vende ilusão vai ser cobrado no banco divino da sua consciência, um dia.
“O sábio não acumula. Quanto mais ele ajuda aos outros, mais se beneficia. Quanto mais ele entrega, mais ele recebe”. Isto tudo sem receber nada em troca, materialmente; quem diz isso é um sábio filósofo, Lao-Tsé (604-517 a.C.), da China Antiga. Tal recomendação e vivência tinha por objetivo a obtenção da “paz absoluta”.
“Toda semente produz. A escolha é nossa” (1). Será que os candidatos pensaram antes, por alguns dias, por algumas horas, por alguns minutos: “Eu estou preparado para essa tarefa que estou escolhendo, me candidatando?”.
“Plantando a felicidade dos outros, encontraremos a nossa própria felicidade” (2). E a recíproca também é verdadeira: plantando a infelicidade dos outros, encontraremos a própria infelicidade.
Nas campanhas políticas fazem-se os acordos, as promessas, e depois, para cumpri-las, usa-se a injustiça nos acertos em detrimentos de outros. Já lá nos textos bíblicos encontramos esta frase: “Quem semeia a injustiça colherá a desgraça”. E pode ser que ela não venha de imediato, porque as leis divinas não têm pressa, mas cobram no devido tempo.
Outro sábio que viveu no tempo de Jesus (Há dois mil anos), e ressurgiu agora, aconselha: “Lembra-te de que amanhã restituirás à vida o que a vida te emprestou, em nome de Deus, e que os tesouros de teu espírito serão apenas aqueles que houveres amealhado em ti próprio, no campo da educação e das boas obras”.
(1) Emmanuel (Chico Xavier) (2) Emmanuel (Chico Xavier) – Caminho iluminado – CEU (3) Emmanuel (Chico Xavier) – Palavras de vida eterna – CEC.
ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.