Três coisas não podem ser escondidas por muito tempo: o sol, a lua e a verdade. Buda
Há muitos anos o poeta Rodrigues de Abreu (1897-1927) escreveu e publicou três livros. Num deles, A sala dos passos perdidos, dizem que ele tinha frequentado as tradições da maçonaria. No outro, Noturnos, com base no qual afirmam que aceitava a reencarnação, ele diz: “E há tantas vidas como a meia-noite”.
Na sua obra mais consagrada, ele começa a revelar as dificuldades com a tísica (tuberculose) que o levaria de volta à vida espiritual.
Essa obra tem por título Casa destelhada e foi traduzida para diversos idiomas. Nela ele faz essa comparação afirmando que seu corpo é uma casa destelhada por um vento fortíssimo de chuva, a doença que o aflige; e compara sua alma com a inquilina da casa: “A minha alma, a inquilina, está pensando que é preciso mudar-se, que é preciso ir para uma casa bem coberta…”.
Muito lindo o poema que vocês devem ler e que tem o mesmo título do livro. Nessa poesia ele vai comparando os sentimentos ao seu coração: “terra triste do meu coração”, está depressivo diante da doença; “terra molhada do meu coração”, quando ele chora as lutas que atravessa; “terra esverdeada do meu coração”, quando se enche de esperança de uma cura ou remédio que o redima da enfermidade; e por fim “terra gelada do meu coração”, diante da eminência de uma partida para a vida espiritual.
Os médicos espirituais afirmam que diante das leis divinas, as enfermidades podem ser de três tipos: a dor-evolução (natural, a semente na cova, a criança que chora), a dor-expiação (redenção de um passado de desatino nas atitudes vividas, regenerando o espírito perante a justiça divina) e por fim a dor-auxílio (a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no envoltório físico, para evitarmos a queda no abismo dos equívocos e criminalidade – câncer, trombose, hemiplegia, enfarte, senilidade etc…).
O espiritismo é uma religião que acredita na evolução do homem por meio dos ensinamentos de Jesus, agora também iluminados pelos espíritos de sábios e santos desencarnados. Ou seja, cada pessoa tem muito o que aprender durante as vidas corporais que tem, e em cada uma delas vai aperfeiçoando sua alma.
Um dos fundamentos da mudança e melhoria é ter mente aberta. E os escritos espíritas são muito interessantes e podem auxiliar quem busca uma melhor compreensão de si mesmo e como melhorar o mundo.
No livro Pensamento e vida, o autor espiritual Emmanuel diz: “A saúde é assim como a posição de uma residência que denuncia as condições do morador, ou de um instrumento que reproduz em si o zelo ou a desídia das mãos que o manejam”.
Corpo e alma se complementam; para felicidade do corpo, busca-se a saúde; para saúde do espírito, deve-se buscar o conhecimento que é a sabedoria e a prática do bem (das boas obras, dos bons pensamentos, bons relacionamentos, da boa moral e da boa instrução – que permanece para sempre), instruindo-se, assim, a ter uma consciência serena.
ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.