Os anos passam e, infelizmente, os mesmos problemas insistem em persistir na região.
A safra começa e, com ela, o terror das donas de casas, que dormem e acordam com as cinzas originadas das queimadas da cana-de-açúcar. Queimadas essas, que a usina diz não praticar mais em seu cultivo, mas continuam acontecendo, mesmo que de maneira ‘acidental’.
Os moradores também são obrigados a conviver com outro problema ‘corriqueiro’, os resíduos do famoso bagacinho, uma poeirinha branca trazida pelo vento do bagaço estocado a céu aberto após a moagem. E o que dizer do ‘famoso’ apito da Raízen, uma descarga de ar ‘ensurdecedora’ que também já faz parte do dia a dia do cidadão rafardense, principalmente aqueles que residem próximos da usina.
Nesta época, os motoristas também convivem com treminhões carregados até a ‘tampa’, pesados, destruindo o asfalto, que também não deve ser da melhor qualidade, e, decorando as rodovias com a cana que se espalha pela pista. Sem dizer do trânsito, pois, apesar de pagar pedágio para trafegar na maioria das rodovias da região, boa parte delas nem duplicada é, principalmente as vicinais e estradas municipais.
Ora, se somos obrigados a seguir as leis e regras impostas, bem como pagar o valor que lhes convém, quem será por nós? Quem está cobrando as obrigações e deveres destas concessões e empresas que tanto usurpam e exploram da nossa terra?
Pois é, se tivéssemos a resposta, seria um prazer esclarecer tal questão. Triste saber que, ainda, estamos à mercê dos ‘senhores do poder’.
Muitos vão criticar este texto, dizendo que a usina emprega, movimenta a economia, que se fechar a usina fecha a cidade, entre outras coisas. Antecipando, cabe esclarecer que não estamos aqui para criticar e sim para cobrar que direitos e deveres sejam para todos. Sempre há um ponto de equilíbrio para um bom convívio entre o setor privado e a população.
Lembrando que o problema das queimadas não é exclusivo do cultivo da cana-de-açúcar. Vale lembrar que terrenos e áreas de pastagem também são causadoras de poluição quando não cuidadas corretamente.
Em época de estiagem, aguentar tanta poluição não é tarefa fácil.
Enfim, desistir? Nunca!