Francisco Cândido Xavier (02/04/1910-30/06/2002), nosso Chico Xavier, viveu uma existência simples porém iluminada, principalmente para nós que apreciamos as belezas e ensinamentos de suas páginas psicografadas.
Nascendo numa pequena cidade do interior mineiro, teve existência sofrida com a partida antecipada da mãe, e depois da madrasta, mas desde a infância foi abençoado pela assistência e comunhão direta com os espíritos bons.
Jovem, ainda, conheceu o espiritismo. Surgiu-lhe a presença austera e segura de seu mentor Emmanuel, que o acompanhou no desenvolvimento de sua faculdade mediúnica de psicografia, vidência e audição.
Recebeu apoio dos amigos espíritas e também foi perseguido por aqueles que não acreditavam em suas mensagens, mas jamais destratou qualquer pessoa, demonstrando sempre compreensão, recebendo a todos com o mesmo carinho.
Viveu de forma modesta em uma casa humilde, e não acumulou nenhum patrimônio, dependendo apenas de sua pequena aposentadoria e cedendo todos os seus direitos autorais em favor da unificação do espiritismo no Brasil.
Sua produção no campo da mediunidade escrita passou as fronteiras e é apreciada hoje no mundo todo, porque sua obra tem abordagem no campo da literatura, da filosofia, da religião, da história e da ciência, da ética e da espiritualidade.
Decorridos já mais de dez anos de seu retorno à vida espiritual, sua obra recebeu apoio e depoimentos de imortais da academia brasileira de letras, de especialistas da caligrafia e de juristas, sendo aceita inclusive em processo penal que libertou pessoas envolvidas acusadas criminalmente. Temos que destacar que, mesmo em vida, com mais de 70 anos de mediunidade, ou agora, desencarnado, jamais suas obras foram reprovadas, pois todas estão de acordo com os preceitos da codificação.
Por isso sempre aconselhamos: depois da iniciação ao espiritismo com as obras básicas, é necessário se debruçar sobre os mais de 500 livros escritos pela mediunidade de Chico Xavier, que ampliam os horizontes da vida espírita, com diversificação de temas, assuntos, espíritos-autores, e todos de acordo com Jesus e Kardec. Como disse o seu mentor, Emmanuel: “Se algum dia eu disser alguma coisa diferente de Jesus ou Kardec, me esqueça e fique com eles”.
ARTIGO escrito por Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é especialista em dependência química pela USP/SP-GREA. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.