Máscaras contra o Coronavírus devem ser entregues ainda esta semana
O Câmpus Capivari está produzindo máscaras de proteção para serem utilizadas por profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à pandemia do Covid-19. A previsão é que, até o final desta semana, 200 máscaras sejam doadas à secretaria de saúde do município.
Para a produção, estão sendo utilizadas uma impressora 3D e uma máquina de corte a laser, ambas pertencentes ao Espaço Maker do câmpus.
A ideia de confeccionar os protetores faciais surgiu dos professores Gustavo Rezende, Alexandre Aguado e Mauro Amorim, que, após pesquisas, chegaram às faceshields, um tipo de máscara que oferece maior proteção ao usuário.
O processo de produção consiste basicamente em imprimir o suporte para a cabeça na impressora 3D e cortar o material plástico que fica na frente do equipamento.
No momento, as máscaras estão sendo testadas e validadas por engenheiros clínicos e de segurança do trabalho, para que em breve estejam aptas a serem utilizadas por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e demais profissionais que atuem diretamente no combate ao Coronavírus.
Campanha nas redes sociais
Ao pesquisarem sobre as faceshields, os docentes envolvidos no projeto se depararam com um problema: a falta de alguns materiais para a produção das máscaras.
A questão foi resolvida com uma campanha nas redes sociais pedindo a doação desses materiais. O professor Gustavo Rezende, coordenador de pesquisa e inovação do câmpus e responsável pela divulgação da iniciativa, conta que a campanha teve um retorno fantástico e mobilizou o empresariado de Capivari, que prontamente se disponibilizou a doar os materiais necessários (filamento para impressora 3D, acetato ou PETg para a parte da frente da máscara, saquinhos para embalar, água sanitária e álcool em gel 70 para a esterilização das máscaras).
Gustavo explica que, conforme o projeto foi ganhando corpo, outros profissionais e servidores se juntaram na empreitada, cada um com sua expertise: estão colaborando Gustavo Bapstitella, Adriana Morais, Alexandre Azevedo, Roberto Muterle , Gislaine Vieira e Flávio Ferraresi.
Segundo ele, muito mais gente se disponibilizou a ajudar, mas não foi possível envolver todo mundo, já que o trabalho está sendo realizado em regime de escala, adequando-se às indicações dos órgãos de saúde.
Um gargalo apontado pelo professor é o fato de a impressora 3D ser lenta, conseguindo produzir apenas duas máscaras a cada quatro horas, o que impede que a produção ganhe escala. Nesse aspecto, ele reforça que se outros câmpus que possuem impressoras a colocarem à disposição, o IFSP conseguirá produzir muito mais equipamentos de proteção individual.
Para encerrar, Gustavo reforça a importância da atuação dos institutos federais em consonância com os arranjos produtivos locais. Para ele, esse projeto é mais um exemplo de que a atuação conjunta do Instituto, do poder público, do empresariado e da sociedade civil só tende a trazer benefícios regionais, inclusive em momentos complexos como o que estamos atravessando, por causa da pandemia.