Leondenis Vendramim

Bíblia sem preconceito – 38

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Leondenis Vendramim é professor de Filosofia, Ética e História (Foto: Arquivo pessoal)

Neste setembro (2019) dia 23, reuniu-se a Cúpula do Clima da ONU para ratificar e revigorar o Acordo de Paris com a aderência da Rússia. Greta Thumberg, uma juvenil de 16 anos, dirigiu-se ao plenário e, com lágrimas, acusou aos líderes de roubarem seus sonhos e infância. “Há pessoas morrendo, ecossistemas inteiros estão entrando em colapso.

Estamos no começo de uma extinção em massa, e tudo o que vocês conseguem falar é dinheiro e crescimento econômico eterno. Como ousam? Vocês estão fracassando… E se vocês escolherem fracassar conosco, nós nunca vamos perdoá-los”. Folha, 24/9/19, B6.

Como os compromissos e decisões assumidos, em Paris (2015) foram insuficientes para conter consequências desastrosas do aquecimento global, o secretário Geral da ONU, Antonio Guterres apelou para atitudes mais arrojadas.

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No dia 22 as Ilhas Marshall e outros 14 países declararam que vão antecipar para 2020 o plano de diminuir a emissão de CO² e zerar até 2050, a Alemanha já tinha proposto tal alvo, também para 2050, outros 59 países também se propuseram diminuir a emissão de gases até 2020 a fim de combater o aquecimento global.

O Bilionário Bill Gates, orador convidado destinará US$791 milhões de dólares para ajudar a adaptação dos pequenos agricultores à mudança climática.

O economista americano Jeffrey Sachs e o climatologista brasileiro Carlos Nobre reuniram cientistas para formalizarem e publicarem até junho do próximo ano um relatório do conhecimento científico sobre o bioma amazônico.

Cientistas e empresários se compromissaram com uma “Amazônia possível” a ser anunciada na próxima reunião da cúpula do Clima, em dezembro, no Chile.

O Japão está sendo muito criticado por investir ainda na geração de energia carbonífera, altamente emissora de CO². O Brasil está envolto na discussão sobre as polêmicas queimadas na Amazônia.

A modernidade apronta muitas dores. Não sou contra os benefícios que ela nos traz, mas sou avesso aos terríveis malefícios que nos causa. O aguçamento pelo novo e pelas invenções é frenético. As inovações químicas e tecnológicas trazem facilidades domésticas inimagináveis.

Há 60 anos a dona de casa tinha de tirar água do poço, lavar a casa, lavar roupas com as mãos, recolher lenha, acender fogo no fogão, passar roupas com ferro com brasas, socar o arroz para tirar a palha, livrar o feijão das pedras, lavá-lo bem, torrar e moer o café para coá-lo, moer a carne em casa, lavar a louça e alumínios com areia e sabão que ela fazia com sebo e cinza… Ufa!

Hoje temos fogões, panelas e máquinas com timer e até robôs para limpar a casa para que a mulher possa frequentar o instituto de beleza, ver novelas televisivas ou visitar lojas. Ah! Modernidade! Quão maravilhosa! Porém no seu bojo traz muitos estragos e destruições irreparáveis e fatais.

Os produtos domésticos como xampus, perfumes, desodorantes, removedor de esmaltes, adesivos, pesticidas, produtos de limpeza, spray de cabelo, tinta, entre muitos outros contém solventes orgânicos que levam a emissões substanciais de compostos orgânicos voláteis (COV) para a atmosfera urbana.

São partículas finas, já presentes em cidades do mundo todo e que danificam os pulmões, aumentando a mortalidade por doenças respiratórias. Essas partículas têm sido comparáveis às emissões dos gases veiculares.

Um dos cientistas, estudioso sobre o tema, Bryan McDonald diz que enquanto os COVs existentes nos combustíveis são armazenados fechados e queimados por energia, os domésticos são evaporados.

Não usamos a gasolina para os outros sentirem o aroma, mas o perfume sim! A Agência de Proteção ambiental condenou os veículos como causadores de 75% da poluição pelos COVs.

Os novos automóveis têm significativa redução de emissão de gases voláteis, mas a poluição ficou 2 a 3 vezes maior com o aumento da emissão dos produtos domésticos.

Conclui-se que os COVs são os grandes causadores da mortalidade. Enquanto a mídia e especialistas se concentraram na poluição veicular, eis que a poluição por aerossóis domésticos invadiram nossas casas. Segundo Allen Goldestein, da Univ. de Berkeley, EU, o interior de nossa casa concentra mais poluição do que o exterior devido ao uso doméstico de detergentes, xampus, esmaltes e outros.

As classes científica e industrial combateu os gases veiculares, agora devem levantarem-se contra esse mal maior que é a poluição dentro de nossos lares.

ARTIGO escrito por Leondenis Vendramim, professor de Filosofia, Ética e História
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. São de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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