ColunistasRubinho de Souza

“Pelo trabalho sempre”

logotipo do fundo do báu raffard

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Foto: Do Fundo do Baú Raffard

A Rafard que tenho em minha memória dos tempos idos, é aquela que sempre primou por ter como seus moradores, homens trabalhadores, que enfrentavam tempos difíceis, intempéries, tais como chuva, seca, frio, calor, ou qualquer outra adversidade era enfrentada como um desafio a ser transposto e vencido.

Não foi à toa, que Pedro Silveira Rocha, cunhou a frase ostentada no Brasão de nossa cidade: “Pelo Trabalho Sempre” e se continuares a leitura, descobrirás, que também não foi por acaso que ele colocou em nosso Brasão o símbolo da indústria, ladeado por exemplares de canas de açúcar.

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Lembro-me de comentários, de homens, como Leonel Marques, Landinho Lux, Alcides Ricomini e seus irmãos Egisto e Bertin, e outros operários da usina, que quando frequentavam a barbearia do meu pai, falavam com orgulho sobre o recorde na produção de açúcar, na safra daquele ano.

Havia uma certa disputa com outras usinas, para ver quem conseguia bater o recorde de produção do ano anterior, e a usina de nossa cidade ficava sempre entre as melhores.

No setor da lavoura, havia também disputa para ver quem era o melhor cortador de canas, sendo esta uma competição muito acirrada.

Lembro-me de um certo ano em que um dos irmãos Ortolani, moradores da fazenda Itapeva foi quem levou o troféu.

Sempre nos finais de safra, que coincidia com o final de ano, era realizado no refeitório da usina e promovido pelos seus trabalhadores, como forma de lazer e também para marcar o término da safra daquele ano, o imperdível Baile da cana, que era abrilhantado por conjuntos musicais de renome, atraindo para a nossa cidade pessoas até mesmo de outros estados.

O principal organizador do Baile, era o Cidão Dias, que todo ano levava um número de mais de cem cartazes com a foto do conjunto musical daquele ano, com espaço em branco para eu escrever dia, mês e hora em que se realizaria o famoso baile, e o traje exigido.

Quando chegava o grande dia, o primeiro que aparecia na barbearia para “dar um trato na cabeleira”, expressão por ele usada, era o “Molembo” com seu terno de linho branco, impecavelmente passado, que nem parecia o mesmo Molembo que todos estavam acostumados a ver em nosso dia a dia.

Os cartazes, eram espalhados no comércio de nossa cidade, e nas cidades vizinhas, como se pode ver na foto, na porta da alfaiataria de Laerte Abel, visto ser um lugar de grande frequência nessa época por aqueles que queriam ter os seus ternos impecáveis.

Grato por nos prestigiar com sua atenta leitura. Abraço.

Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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