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A balela do cansaço dos jogadores poupados

Não quero surfar na onda do bom momento do Flamengo para fazer esse texto. Claro que os resultados não são fruto do acaso. Nem as vitórias e nem as derrotas acontecem por mágica. Mas busco entender e analisar processos, ideias e conceitos que operacionalizam o que se sucede dentro das quatro linhas.

E neste final de semana, o técnico português Jorge Jesus colocou a força máxima flamenguista para atuar em Fortaleza e conquistar uma convincente vitória por 3 a 0 diante do Ceará. Sendo que na quarta-feira, o jogo é no outro extremo do país, contra o Inter, pela Libertadores.

O Flamengo venceu o primeiro jogo por 2 a 0 e tem uma vantagem gigantesca. Mas será que Jesus não poupou ninguém em Fortaleza porque pode perder por até um gol de diferença em Porto Alegre que se classifica a semifinal da Libertadores ou porque está balizado por um conceito sobre essa questão? Penso que a segunda opção é mais coerente.

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Claro que os técnicos estrangeiros chegam no nosso país com um poder de convencimento diferenciado. É só pegarmos o caso do Santos como exemplo: outro treinador resistiria a três eliminações – Paulistão, Sulamericana e Copa do Brasil – como Jorge Sampaoli resistiu? Creio que não.

Para falarmos sobre poupar jogadores e supostos cansaços temos que voltar no tempo e pontuar que os preparadores físicos foram os primeiros a estudar a fundo o futebol no Brasil. Então, de maneira óbvia, eles trariam o viés físico para as discussões e até para os treinos, por conta da autoridade adquirida pelo conhecimento. Quantas vezes vimos jogadores correndo em volta do campo para supostamente terem mais fôlego para jogar futebol?

O novo olhar para o futebol pede uma concepção mais complexa e sistêmica. A parte física claro que é importante. Entretanto ela é só um dos elementos do jogo. Temos os aspectos técnicos, táticos, emocionais e podemos ir longe falando também do cognitivo, espiritual e vários outros.

Dessa forma, o cansaço nunca é só físico. Porque o jogar não é só físico. Sem falar que quanto melhor uma equipe atua menor é o gasto de energia dela para cumprir a lógica do jogo.

A nossa cultura aceita muito fácil que não dá para jogar várias competições com forma máxima. Quem sabe os estrangeiros nos convençam de outra coisa. Torço por isso.

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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