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Bom futebol se joga com boas ideias

Marcel Capretz, colunista esportivo

Sou muito crítico a tudo o que acontece no futebol brasileiro. Tenho claro que o 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014 não foi acaso. Nem culpa do Felipão. Eu, como imprensa, perdi de 7 naquele dia também.

Todos que de alguma forma estão envolvidos na industria do futebol foram derrotados pelos alemães. A partir dessa pancada, fiz minha parte e comecei a estudar. A fundo mesmo, tudo que rola dentro e fora de campo.

Quanto mais aprendo mais quero continuar aprendendo. E passei a ser mais duro com o nosso atraso. Por outro lado, quando vejo coisa boa me sinto obrigado a também registrar. E aqui vai o elogio para uma das classes mais atrasadas da nossa cadeia: a de treinadores.

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Consigo enxergar hoje o que no passado não existia em Campeonatos Brasileiros: muitos técnicos com ideias claras de futebol. Uma intencionalidade treinada para cada fase do jogo. É claro que só isso não basta para termos uma qualidade semelhante as principais ligas europeias, por exemplo. Mas já é um avanço, visto que antes a aleatoriedade e o caos prevaleciam. Inclusive na primeira divisão tupiniquim.

Vamos aos fatos: consigo ver uma ideia clara, tendo a posse como meio para dominar o adversário, nos sistemas propostos por Eduardo Barroca no Botafogo, Fernando Diniz no Fluminense, Rogério Ceni no Fortaleza, Renato Gaúcho no Grêmio, Jorge Sampaoli (argentino!) no Santos e Thiago Nunes no Atlético-PR.

E se o início de tudo é ter ideia, e não julgo o que é bom ou ruim até porque isso é relativo, sendo que a eficiência é a marca de vitórias no futebol, também temos ideias que privilegiam a defesa, com ataques rápidos e diretos, como Mano Menezes no Cruzeiro, Fábio Carille no Corinthians, Felipão no Palmeiras e até Róger Machado no Bahia.

Não aceito a falta de tempo para treinar como desculpa para um jogo mal feito. Até porque um dos problemas da nossa cultura sempre foi o famoso ‘migué’ em treinamentos. Inclusive dos técnicos, por incrível que pareça.

De uma maneira geral, ainda treinamos mal aqui no Brasil. Tem pouco tempo? Como otimizar as atividades para rapidamente criar comportamentos e padrões de resposta? Mas quero salientar que a troca constante no comando das equipes faz com que trabalhos sejam remendados e quem chega sempre tenha que lidar com uma herança do ex-treinador.

Porém se o um mau futebol é com jogada más ideias ou sem ideia e um bom futebol é jogado a partir de boas ideias consigo ver uma luz no fim do túnel baseado nessas rodadas iniciais do Brasileirão. Falta muito para termos uma competição do nível top mundial. Porém ter técnicos com intencionalidades claras para desenhar uma equipe já é um grande avanço.

ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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