Neymar é hoje o único jogador brasileiro com condições de um dia brigar para ser o melhor do mundo. Não há nenhum outro que reúna as habilidades técnicas, físicas e até cognitivas que ele tem. A capacidade que Neymar tem para resolver os problemas do jogo são extraordinárias. Porém para ser o melhor do mundo “só” isso não basta. É preciso um pacote maior. Que vai incluir o comportamento. Até porque, de forma natural, a maneira com que o jogador lida com o que está fora vai influenciar o que acontece dentro de campo. E aí chegamos no ponto mais fraco de Neymar.
Não tenho condição alguma e nem quero julgar sobre a mais nova polêmica envolvendo esse termo tão pesado que é estupro. Porém os problemas se acumulam. Se amontoam. E criam uma atmosfera negativa não só para ele como também para toda a equipe de trabalho do seu clube e da seleção brasileira.
O foco é fundamental para a alta performance de qualquer atividade humana. E focar significa abrir mão de uma serie de coisas para conseguir uma outra em particular. Ou seja, Neymar teria que ter como principal e única fonte de motivação o futebol. Melhorar como jogador. Com e sem a bola. Desenvolver ainda mais suas aptidões técnicas. Ter o seu corpo como um equipamento para desempenhar suas funções em campo. Uma mente blindada contra distrações e sabotadores. O melhor do mundo tem que respirar futebol. Dia e noite. Se sacrificar. E não parece ser o caso do camisa dez da seleção brasileira.
Não estou defendendo que ele seja um robô. Mas o melhor em uma atividade tem que fazer o que outros não fazem. E Neymar indica a todo o momento que o foco dele não está cem por cento na bola. As polêmicas são consequências de um estilo de vida que não combina com o de um jogador acima de todos os outros.
Tudo na vida é questão de escolha. A carreira de um jogador é muito curta. A questão aqui não é ganhar mais dinheiro. É ser melhor que os outros. É merecer um posto de destaque sobre os demais. A continuar assim, Neymar continuará sendo um jogador extraordinário. Porém não o melhor de todos. Acredite em mim: logo o argumento de que não há como competir com Messi e Cristiano Ronaldo vai passar. E haverá outro argumento traduzido pelo nome de outros jogadores. Tudo por culpa única e exclusiva do próprio Neymar.
ARTIGO escrito por Marcel Capretz
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