ColunistasRubinho de Souza

Rua IV Centenário

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DO FUNDO DO BAÚ RAFFARD

O Quarto Centenário de São Paulo foi um evento de celebração dos 400 anos do município de São Paulo, que se estendeu durante os vários dias no mês de julho de 1954, com a participação de diversos políticos e personalidades importantes da época. Foi uma festa como nunca tinha existido antes no Brasil.

Os que viveram naquela época não se esquecem jamais desta festa, que teve a participação de todo o povo comparecendo aos festejos que invadiram as ruas da cidade, numa festa que começou em uma sexta-feira e acabou no domingo e ficou gravada na memória dos paulistas até hoje.

A bem da verdade, a data oficial é 25 de janeiro, mas a data escolhida, não significava somente um dia qualquer do ano do IV Centenário, era também o 22º aniversário do início da Revolução Constitucionalista de 1932, e o espírito do paulista revolucionário também se reafirmava naquela imensa festa de julho de 1954.

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O evento foi organizado pelo Estado de São Paulo e pela Associação das Emissoras de São Paulo (AESP), em frente à Catedral da Sé, também construída como parte da comemoração do aniversário da cidade.

A festa começou com o povo reunido defronte da Catedral da Sé, que havia sido construída para comemorar o IV Centenário, quando, ao “meio segundo” do dia 9 de julho, os padres e bispos subiram na torre e fizeram badalar os sinos da catedral, dando abertura aos festejos, enquanto os carros buzinavam pela rua, eram feitos bailes e festas em recintos fechados e todos brindavam, sempre segurando na outra mão uma pequena bandeirinha do nosso Estado.

Os heróis de 32 também presentes, dançavam com suas fardas e armas a tira colo, ao som das orquestras, que invadiam o silêncio das ruas de São Paulo.

Na manhã seguinte, as pessoas que já haviam passado a madrugada inteira acordadas ao som da festa, agora estavam reunidas em torno do Pátio do Colégio, onde já se encontravam militares, políticos, demais autoridades e as bandas.

Foi quando o corneteiro da revolução de 32, Elias do Santos, tocou a Alvorada e fez com que, gradativamente, as pessoas se ajoelhassem no chão – independente da classe e posição social.

O próximo passo foi o toque dos clarins, dando início a subida da bandeira nacional ao som da Banda Marcial dos Fuzileiros Navais do Rio de Janeiro, fazendo suas famosas evoluções. E assim contornavam o marco do Pátio do Colégio.

No fim da festa, ainda naquele fim de noite, fizeram a corrida de revezamento, com os principais esportistas do Brasil, levando a tocha que percorreu São Paulo inteira. E sua pira estava localizada no Pátio do Colégio.

Foi nesta época que Hebe gravou, com o sanfoneiro Mário Zan, “São Paulo Quatrocentão” e “Paulicéia e Festa” – dois discos em comemoração à data.

E assim para homenagear esse grande evento, Rafard, assim como outras cidades, batizaram logradouros públicos com a denominação IV Centenário.

Na foto, enviada do álbum da Família Sampaio, o menino Geraldinho (filho), exibe sua bicicleta.

É isso! Se Deus deixar, semana que vem eu volto. Abraço aos caros leitores.

COLUNA de autoria de Rubinho de Souza
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Jornal O Semanário

Esta notícia foi publicada por um dos redatores do jornal O Semanário, não significa que foi escrita por um deles, em alguns dos casos, foi apenas editada.

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