As inscrições para a edição 2012 do Exame Nacional do Ensino Médio foram recordes, com mais de 6,5 milhões de participantes, de acordo com o Ministério da Educação. E para quem está nos preparativos finais para prestar o Enem – que será realizado nos dias 3 e 4 de novembro – e outros exames, ainda dá tempo de se aprimorar para encarar as provas escritas e os testes.
Como a redação é um dos itens com mais “peso” nas avaliações, é importante dar uma atenção especial à escrita. A Doutora em Linguística e em Língua Portuguesa Vera Lúcia Pereira dos Santos, também suporte pedagógico de Português no Ético Sistema de Ensino, da Editora Saraiva, dá dez dicas para ajudá-lo a produzir um texto que seja bem-avaliado.
– Organize as ideias antes de começar a escrever. Faça um plano, um roteiro de seu texto e siga o planejado. Partindo da situação-problema oferecida na prova, redija um material dissertativo-argumentativo, com fatos e argumentos para defender a sua opinião sobre o tema e possíveis soluções para o problema proposto;
– Tenha cuidado com a gramática. Além de escrever de modo lógico e objetivo, é preciso saber acentuar, ficar atento à concordância verbal e nominal, conhecer os preceitos de ortografia e ter habilidade com conectivos, pronomes e verbos. É importante ainda o conhecimento da regência verbal e nominal.
– Evite períodos longos e usar expressões como “eu acho” e “eu penso”. Torne as frases leves e curtas, sem inversão da sequência de dados e opiniões usando linguagem simples. Desde que usados adequadamente, para encerrar frases que expressam ideias diferentes, não faça economia de pontos finais.
– Saiba cercar-se de fontes. O estudante pode manejar uma coletânea de textos, que deve ser usada somente como referência para encaminhar seu próprio texto, sem transcrever frases alheias. A redação precisa ter autonomia em relação à proposta, ou seja, deve ser compreendida até por um leitor que desconhece o tema do exame;
– Concilie tema e proposta. Seja qual for a sua opinião, defenda-a com sensatez. Leia atentamente o que é proposto, avalie os conceitos e os argumentos em contrário. Mostre que compreendeu o tema e que sabe contextualizá-lo, de forma crítica e reflexiva, em um texto em prosa que seja claro e coerente;
– Evite fórmulas prontas. Há redatores que colecionam fórmulas mágicas e técnicas em um amontoado de efeitos que levam a um texto pífio ou sem noção de autoria. Utilize termos que sejam adequados ao seu tom e não tente usar expressões eruditas para impressionar os avaliadores. Seja simples e direto;
– Tenha estilo próprio. É muito importante que a redação tenha um rosto, por meio do qual se vislumbre um estilo por parte do redator;
– Enriqueça seu repertório. Manter-se atualizado e a par dos principais fatos é essencial;
– Título e tema devem estar em sintonia. É comum desvirtuar o tema proposto quando o vestibulando coloca um título sem relação com o mote e discorre sobre outro assunto. Se houver necessidade de título, coloque-o depois de elaborar o texto, sintetizando o que foi dito ao longo da redação;
– Utilize a norma culta prioritariamente. Fuja das abreviações do “internetês”, das marcas de oralidade como “né” e “ok” e de equívocos insistentes como “mortandela”, “rúbrica” e “perca” (em vez de “perda”).
Para finalizar, a Doutora em Linguística e em Língua Portuguesa destaca que os dois maiores vilões de uma redação, em que a oralidade não deve predominar, são os modismos e os clichês. “No primeiro, incluo expressões ou hábitos, modo de falar admitido pelo uso de uma língua, com caráter passageiro, nem sempre contrário à norma culta. Já em clichês estão as frases feitas e os vícios de linguagem, caracterizados pela durabilidade. Ambos têm em comum a repetição, o fato de empobrecer o vocabulário e denotar falta de estilo próprio. Então, devem ser evitados”, explica Vera.
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